As unidades de saúde administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) estão enfrentando sérios desafios, com uma taxa de ocupação que ultrapassa 200% nos prontos-socorros, conforme apontado pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT).
Além da superlotação, o MPDFT destacou também o problema do elevado absenteísmo entre os profissionais da área, caracterizado pela ausência e o não comparecimento ao trabalho. Conforme explicado pela promotora Hiza Carpina, a situação chega a ser vista como um colapso no sistema. “Precisamos de um plano de saúde eficaz para o DF”, ressaltou.
Essa declaração foi feita durante uma audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) no dia 16 de setembro de 2024, na qual o Iges-DF apresentou explicações à Comissão de Saúde (CSA) sobre os serviços realizados nos últimos quatro meses de 2024.
Durante a reunião, o presidente do Iges, Cleber Monteiro Fernandes, informou que a instituição tem adotado melhorias na gestão. Entre as novidades, está a implementação de um cartão corporativo que visa agilizar a compra de insumos essenciais para demandas urgentes nas unidades.
Outra iniciativa mencionada foi a criação de uma superintendência de contratos, já em funcionamento, responsável pela avaliação dos acordos firmados pelo instituto. Caso sejam identificadas irregularidades contratuais, sanções proporcionais serão aplicadas por meio da coordenação de penalidades, que analisará notificações, defesas e aplicará multas se necessário.
Aspectos financeiros
De acordo com o relatório apresentado, entre setembro e dezembro de 2024, o Iges-DF recebeu R$ 564 milhões, majoritariamente provenientes do Contrato de Gestão e seus aditivos, que somaram R$ 558 milhões. Os demais recursos vieram de emendas parlamentares, fundos próprios e rendimentos bancários.
As despesas no período, incluindo custos com pessoal, serviços de terceiros e investimentos, totalizaram R$ 547 milhões. Ao final do terceiro quadrimestre de 2024, o Iges-DF registrou uma dívida de R$ 57.556.498,73.
Gestão dos hospitais
O instituto é encarregado pela administração do Hospital de Base (HBDF), do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), do Hospital Cidade do Sol (HSol) e de treze Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no Distrito Federal, mantendo a responsabilidade pela coordenação e funcionamento destas unidades.