Índice repercute incertezas do mercado doméstico e se descola do bom desempenho dos índices americanos
O Ibovespa inicia a terceira semana de março em queda, se descolando do cenário positivo no exterior devido a incertezas no Ministério da Saúde e ao aumento do número de mortes no país. As conversas sobre a substituição do general Eduardo Pazuello evoluíram nos últimos dias e o futuro do comandante da pasta ainda permanece incerto.
Enquanto isso, o Brasil segue batendo recordes de mortes causadas pelo novo coronavírus. O país teve o Brasil registrou 1.111 mortes por covid-19 e 43.781 casos da doença neste domingo, 14. Pelo 16º dia consecutivo, o País teve recorde de média móvel de mortes, chegando a 1832.
Em movimento oposto ao mercado nacional, os índices EUA avançam com a estabilização nos rendimentos dos treasuries após a aprovação do pacote de estímulos de 1,9 trilhão de dólares de Joe Biden para a economia americana. Investidores também estão à espera da decisão monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano) nesta semana.
Há consenso de que o Fed vai manter a taxa de juros no intervalo vigente entre zero e 0,25 ponto percentual. A expectativa maior é pela conferência de imprensa que o presidente do Fed, Jerome Powell, vai conceder meia hora depois da divulgação da decisão, às 15h30 de Brasília na quarta-feira.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) também se reúne para definir a política monetária do país. A reunião será dividida entre terça e quarta, dias 16 e 17 — mesma data em que se reúne o Fed.
A maioria das apostas de analistas é a de um aumento de 0,50 ponto percentual pelo Copom, levando a Selic para 2,5% ao ano, diante do aumento das expectativas de inflação e da deterioração do cenário tanto do ponto de vista político como fiscal. Haverá também atenção ao comunicado divulgado com a decisão.
As projeções de analistas de mercado para o cenário de inflação para o ano sofreram uma alta expressiva, passando de 3,98% para 4,60% segundo o boletim Focus divulgado nesta manhã. Para 2022, a expectativa se manteve em 3,50%.
Hoje também ocorre a mudança nos horários de funcionamento das bolsas em Nova York, das 10h30 às 17h, e B3, das 10h às 17h. As mudanças seguem o horário de verão nos Estados Unidos, que diminui a diferença de fuso de Nova York para São Paulo para apenas uma hora. O mercado de futuros continua com a abertura às 9h.
No pregão de hoje, também há vencimento de opções sobre ações na B3.
Dólar vira para alta
O dólar operava em queda contra o real logo após a abertura desta segunda-feira, com o Banco Central convocando outro leilão de swap cambial e com um cenário externo mais positivo devido aos rendimentos estáveis dos treasuries dos EUA.
Porém, devido às incertezas do mercado doméstico, a moeda americana virou para alta ao longo da manhã e é negociada acima dos 5,6 reais.
O Banco Central fará nesta sessão um leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos distribuídos entre os vencimentos junho e dezembro de 2021. Além disso, a autarquia anunciou para esta segunda-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em dezembro de 2021 e abril de 2022.
IBC-Br surpreende
Nesta segunda-feira, o Banco Central divulgou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma das prévias do PIB. Em janeiro, o IBC-Br subiu 1,04%, resultado bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,40%.
Na comparação com janeiro de 2020, o IBC-Br registrou queda de 0,46% e, no acumulado em 12 meses, teve recuo de 4,04%, segundo números observados.