O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que o homem suspeito de lançar coquetéis molotov contra uma manifestação pela libertação de reféns israelenses na Faixa de Gaza está sendo acusado de 12 crimes de ódio em nível federal.
Mohamed Sabry Soliman foi formalmente acusado por supostamente ter atacado um grupo do movimento “Run for Their Lives”, que protestava no início de junho no estado do Colorado, na região oeste do país, em favor da libertação dos israelenses capturados pelo Hamas.
O ataque aconteceu no dia 1º de junho em um parque na cidade de Boulder, ferindo 15 pessoas com idades entre 25 e 88 anos.
De acordo com as investigações, Soliman carregava uma mochila contendo um pulverizador com líquido inflamável e pelo menos 18 coquetéis molotov. Por volta das 13h30 (hora local), ele lançou dois coquetéis molotov contra o grupo e gritou “Palestina livre!”.
Além disso, os investigadores localizaram em seu veículo um manuscrito contra o sionismo, descrevendo Israel como uma “entidade cancerígena”.
Em depoimento, Soliman afirmou que considerava qualquer pessoa que apoiasse a existência de Israel em seu território como sionista e que buscava vingança contra essas pessoas.
A acusação também apontou que o suspeito encontrou o evento “Run for Their Lives” após fazer buscas na internet por manifestações sionistas.
O acusado, um egípcio de 45 anos que permaneceu ilegalmente nos Estados Unidos após o vencimento do seu visto de turista, enfrenta mais de 100 acusações tanto em nível estadual quanto federal. Entre elas estão várias tentativas de homicídio e crimes de ódio.
Michael Dougherty, promotor do condado de Boulder, afirmou que Soliman pode ser condenado a centenas de anos de prisão se for considerado culpado.
O ataque no Colorado ocorreu pouco depois de um tiroteio em frente a um museu judaico em Washington, no qual morreram dois funcionários da embaixada de Israel e que teve a prisão de um suspeito que também gritou “Palestina livre!”.
Posteriormente, o então presidente Donald Trump declarou que o episódio influenciou sua decisão de proibir ou restringir a entrada de cidadãos de 19 países nos Estados Unidos.
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