O Hamas manifestou-se na segunda-feira, 17 de novembro, contra a presença de uma força internacional na Faixa de Gaza. A declaração foi feita antes da votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas referente a um projeto de resolução apoiado pelos Estados Unidos, que inclui um plano de paz para a região.
O grupo, que administra a Faixa de Gaza, destacou que várias facções locais e forças palestinas emitiram um comunicado alertando sobre os riscos do projeto norte-americano, que visa criar uma força internacional no território.
Para o Hamas, o documento representa uma tentativa de impor uma tutela internacional sobre Gaza e promove um ponto de vista favorável à ocupação do território.
Sobre a Resolução
A votação do documento estava prevista para o mesmo dia, e o plano busca estabelecer a paz em Gaza. A delegação americana já manifestou seu apoio ao projeto na ONU.
Assinado por nove países — Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Indonésia, Paquistão, Jordânia, Turquia e Estados Unidos — o projeto propõe um caminho para a autodeterminação e fundação de um Estado palestino.
O plano de paz, impulsionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende instituir um governo de transição e criar uma força temporária de segurança internacional na região.
Para o Hamas, essa iniciativa abre espaço para uma dominação externa sobre as decisões dos palestinos, transferindo a administração e reconstrução de Gaza para uma entidade internacional com amplos poderes, o que, segundo eles, retira o direito dos palestinos de gerir seus próprios assuntos.
O grupo reforçou que os esforços humanitários devem ser conduzidos por instituições palestinas, sob supervisão da ONU e de organizações internacionais pertinentes.
Além disso, as facções locais reiteraram sua rejeição a qualquer cláusula que demande o desarmamento de Gaza ou que diminua o direito do povo palestino à resistência e defesa.
O comunicado também rejeita a presença militar estrangeira e a criação de bases internacionais em Gaza, considerando isso uma violação direta da soberania nacional. O Hamas pediu ainda que mecanismos internacionais sejam estabelecidos para monitorar e responsabilizar Israel pelas violações constantes na região.
Apesar das negociações do projeto na ONU, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e sua equipe continuam firmes em sua oposição à criação de um Estado palestino.
