O porta-voz do grupo terrorista Hamas, Fawzi Barhoum, declarou nesta terça-feira (7/10) que o ataque realizado contra Israel em 7 de outubro de 2023 representou uma reação significativa e de longo alcance às ações praticadas por Israel.
A declaração foi feita durante as negociações de cessar-fogo entre a delegação israelense e representantes do Hamas no Cairo, Egito. Barhoum ressaltou a intenção da delegação em “superar todos os obstáculos” para firmar um acordo que satisfaça “as aspirações do povo de Gaza”.
As delegações se encontraram na segunda-feira (6/10) para debater uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que também inclui um plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As conversas seguem nesta terça-feira.
Plano de paz
O plano de paz para Gaza contém 20 pontos principais e propõe transformar o território palestino em uma zona livre de armamentos.
A proposta também prevê anistia para os membros do Hamas que concordarem em entregar as armas e se comprometerem a manter uma convivência pacífica com Israel.
O plano foi anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, junto com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no dia 29 de setembro.
Em pronunciamento televisionado, Barhoum destacou algumas das principais demandas do Hamas, incluindo cessar-fogo amplo e permanente; retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza; entrada irrestrita de ajuda humanitária; e o retorno das pessoas deslocadas às suas residências.
Outras solicitações mencionadas envolvem o início imediato de um processo de reconstrução total, supervisionado por um órgão nacional palestino de especialistas, e um acordo justo para a troca de prisioneiros.
“Resistir à ocupação sionista é um direito legítimo e garantido, e a libertação está mais próxima do que nunca”, destacou Barhoum.
Ele também acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de tentar “obstruir e frustrar” a nova rodada de negociações no Egito.
“Apesar da força militar brutal, do apoio ilimitado e da total parceria americana na guerra de extermínio em Gaza, eles não conseguiram, e não conseguirão apresentar uma falsa imagem de vitória”, afirmou Barhoum.
Segundo o porta-voz, “o Hamas existe para libertar a terra palestina e seu povo da ocupação sionista, resistindo a mentiras e propaganda”.
As negociações continuam no Cairo nesta terça-feira. Catar e Egito são alguns dos principais mediadores do cessar-fogo, ao lado dos Estados Unidos.
7 de Outubro
A guerra entre Israel e Hamas, marcada por tensões e pressões internacionais, completa dois anos nesta terça-feira. As hostilidades começaram em 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas realizaram um ataque surpresa contra Israel, causando a morte de aproximadamente 1,2 mil pessoas e sequestrando dezenas.
Este ataque levou Tel-Aviv a declarar guerra ao grupo e iniciar bombardeios na Faixa de Gaza.