Após atribuir estrelas aos restaurantes e chaves aos hotéis, o respeitado guia francês Michelin anunciou uma nova categoria de avaliação dedicada aos vinhedos, conforme declarou nesta terça-feira (2) seu diretor, Gwendal Poullennec.
“Estamos iniciando uma nova etapa para oferecer aos apreciadores da boa gastronomia uma referência para destacar os melhores talentos do mundo do vinho”, afirmou Poullennec.
Essa nova avaliação contará com três níveis: vinhos de “alta qualidade”, os de “excelência” e os produtores “excepcionais”.
Além disso, como ocorre com restaurantes e hotéis, haverá uma categoria para os “recomendados”.
Para definir esses níveis, serão analisados cinco aspectos: a qualidade da agricultura — que reflete o cuidado no vinhedo —, a habilidade na vinificação, a identidade do vinho, seu equilíbrio e a constância em diversas safras.
Especialistas do prestigiado guia visitarão os vinhedos para realizar as avaliações, garantindo assim a “independência” do processo, destacou Poullennec.
A primeira seleção acontecerá nas regiões de Bordeaux e Borgonha, com divulgação prevista para 2026, em dois eventos que ainda terão suas datas anunciadas.
Nos anos seguintes, o guia pretende ampliar a seleção para outras áreas da França e também para o mercado internacional.
Um ano depois de ter incluído categorias para hotéis, o famoso guia vermelho continua a diversificar suas avaliações. Contudo, como lembrou Poullennec, a inclusão do segmento de vinhos não é totalmente nova.
Desde 1900, suas primeiras indicações levavam em conta a qualidade do vinho servido. Em 2004, foi introduzido um símbolo para destacar as melhores cartas de vinho, e em 2019 criou-se um prêmio especial para sommeliers.
Em 2016, o grupo Michelin adquiriu o guia Parker, referência global na avaliação de vinhos, o que trouxe “uma competência adicional” para as equipes do guia, explicou Poullennec.
O guia Michelin continuará a existir como uma marca independente, conforme confirmado em outubro pelo diretor-geral do grupo, Florent Menegaux.
AFP

