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quinta-feira, 26/06/2025




Grávidas evitam vacina contra gripe no DF e se expõem a riscos

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Daniel Xavier
daniel.xavier@grupojbr.com

Mesmo com a campanha de vacinação contra a gripe em andamento no Distrito Federal e mais de 594 mil doses aplicadas desde janeiro, a adesão entre grávidas permanece muito baixa. Até 22 de junho, apenas 1.403 gestantes receberam a vacina, o que representa apenas 5,3% desse grupo prioritário. A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) tem como objetivo alcançar 90% de cobertura.

Essa baixa procura é preocupante, pois a gripe, especialmente causada por vírus como H1N1 e H3N2, pode provocar complicações graves em gestantes, incluindo pneumonia, insuficiência cardiorrespiratória, parto prematuro e até a morte da mãe ou do bebê. Tereza Luiza Pereira, gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, esclarece que a vacina contra a influenza é segura para gestantes e puérperas, apresentando poucos efeitos colaterais, como dor leve no braço e febre baixa, que desaparecem em um ou dois dias. A imunização pode ser feita em qualquer etapa da gestação ou até 45 dias após o parto.

De acordo com dados da Codeplan, o DF possui cerca de 26,6 mil gestantes atualmente. No ano passado, a vacinação atingiu pouco mais da metade desse público, com 15.315 doses aplicadas, atingindo 56,84% de cobertura. Em 2025, os números estão muito abaixo do esperado.

O risco para mães e bebês

Luana Araújo, infectologista e epidemiologista, enfatiza que a vacina contra a gripe é uma das principais formas de aliviar a pressão sobre o sistema de saúde e evitar mortes evitáveis. Ela alerta que a influenza ainda causa muitas vítimas no Brasil, principalmente entre os grupos mais vulneráveis, como grávidas, que têm maior risco de complicações graves e hospitalizações.

O risco é aumentado porque o sistema imunológico da gestante passa por mudanças naturais para proteger o bebê, deixando a mulher mais vulnerável a infecções. Luana explica que o corpo precisa aceitar esse novo ser com uma genética diferente, o que enfraquece a imunidade da mulher. Assim, a gripe pode se agravar rapidamente.

Além de proteger a gestante, a vacina também beneficia o bebê, ajudando a manter o ambiente do útero saudável e promovendo a geração de anticorpos que protegem o recém-nascido nos primeiros meses. A falta de vacinação coloca mãe e filho em perigo desnecessário.

Exemplo de proteção

Apesar das dúvidas de muitas gestantes, algumas escolhem se vacinar para se protegerem. É o caso de Sandra Karolayny Pereira de Sousa, 27 anos, moradora da Vila Planalto e grávida de 11 semanas, que destaca a importância da vacina para ela e seu bebê. Ela relata que sentiu apenas dor no braço, que passou rapidamente, reforçando que é melhor estar protegida.

Luana Araújo ressalta que convencer gestantes a se vacinarem vai além de argumentos técnicos. Diante da desinformação e fake news, é fundamental que médicos ouçam as dúvidas das mulheres e expliquem com paciência, clareza e empatia. A vacinação é um gesto de cuidado e compromisso com a vida.

A médica também lembra que o Brasil registrou mortes evitáveis entre gestantes e crianças por doenças para as quais já existiam vacinas, citando a Covid como exemplo recente. Este ano de 2025 também registrou perdas graves para a influenza, um fato considerado inadmissível.

A vacinação contra a gripe no DF está disponível nas unidades básicas de saúde. Gestantes devem apresentar documento que comprove a gravidez ou o período pós-parto. A campanha continuará enquanto houver doses disponíveis.




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