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quinta-feira, 30/01/2025

Governo vai instalar centro de atendimento a deportados pelos EUA

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O centro ficará no aeroporto de Confins, Belo Horizonte, destino dos voos de repatriação. O anúncio foi feito após reunião sobre o tema convocada pelo presidente Lula

Centro de atendimento de deportados será instalado no aeroporto de Confins, em MG – (crédito: Antonio Lima/Governo do Amazonas)

O governo federal vai instalar um centro de atendimento para brasileiros repatriados no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, para receber cidadãos deportados dos Estados Unidos. O anúncio foi feito nesta terça-feira (28/1) pela ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula convocou o encontro para receber informações sobre o ocorrido no voo com deportados que pousou em Manaus, na última sexta (24), com relatos de maus tratos aos brasileiros e condições precárias dentro da aeronave.

“Vamos iniciar as tratativas para estabelecer em Confins um posto de acolhimento humanitário, tendo em vista que poderemos ter mais voos previstos”, declarou a ministra a jornalistas após o encontro. “Assim como a gente recebe bem imigrantes e refugiados, mais ainda temos que ter um esforço para acolher os brasileiros que estão sendo repatriados”, acrescentou.

Confins é o destino dos voos com brasileiros deportados dos EUA. O voo da semana passada, porém, parou em Manaus após problemas técnicos e foi impedido de continuar pela Polícia Federal. O episódio mobilizou o governo federal, e o presidente discute quais serão os próximos passos desde ontem (27) com seus auxiliares, além de pedir explicações do governo de Donald Trump.

Macaé afirmou ainda que o governo vai apoiar a inserção dos brasileiros repatriados no mercado de trabalho. Os cidadãos são deportados pelos Estados Unidos por estarem em condições irregulares de imigração. No ano passado, segundo a PF, foram 16 voos com 1.648 brasileiros repatriados.

Governo não vai mandar aviões
O chanceler Mauro Vieira também participou da coletiva, e classificou a situação dos deportados como “trágica”. Em sua avaliação, o avião poderia ter sofrido um acidente. Segundo relatos dos passageiros, um dos motores chegou a parar durante o voo, e o ar-condicionado não funcionou.

“O objetivo da reunião, além de transmitir ao presidente o que aconteceu, foi também discutir formas de tratar do tema daqui em diante e discutir com as autoridades americanas que as deportações sejam feitas atendendo aos requisitos mínimos dos direitos humanos”, relatou o ministro.

Chamou atenção a participação do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Damasceno, no encontro. Uma das possibilidades ventiladas no governo para garantir o transporte seguro dos deportados seria o uso de aeronaves da FAB.

Questionado, porém, Vieira negou a possibilidade e afirmou que a responsabilidade pelo transporte dos repatriados é dos Estados Unidos, e não do Brasil. Ele também confirmou a participação virtual do presidente Lula em reunião da Cúpula de Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac) na quinta-feira (30), convocada para tratar do tema.

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