Em discussão na Câmara dos Deputados, Elisa Leonel, secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), explicou que o déficit primário das empresas estatais em 2024 deve-se principalmente a investimentos realizados pelas companhias, totalizando R$ 4,85 bilhões, os quais foram financiados com recursos em caixa, e não por operações com prejuízo.
Elisa Leonel participou de uma audiência pública na Comissão de Administração e Serviço Público na terça-feira (1º), convocada pelo deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), após a divulgação do resultado primário das estatais em janeiro.
Segundo dados do Banco Central (BC), as empresas federais apresentaram um déficit primário de R$ 6,7 bilhões em 2024, incluindo companhias como Correios, Hemobrás e Infraero, mas excluindo Petrobras e bancos federais. Essa divulgação provocou várias críticas na mídia sobre a situação financeira dessas empresas.
Elisa Leonel afirmou que, entre as 20 estatais avaliadas pelo Banco Central, 16 tiveram lucro contábil em 2024. A diferença entre déficit primário e lucro contábil é que o lucro considera também os recursos acumulados em caixa de anos anteriores, o que dá uma visão mais abrangente da saúde financeira das empresas.
Alexandre Lindenmeyer concordou com a posição do MGI e ressaltou a relevância social das estatais na prestação de serviços essenciais. Usando os Correios como exemplo, destacou que a empresa cumpre sua função social, mesmo apresentando déficit primário e prejuízo contábil.