Servidores precisarão passar pelo exame, que será padronizado e online, para continuarem nos seus cargos
O governo de Javier Milei anunciou que servidores públicos do país precisarão passar por um “teste de idoneidade” para continuarem nos seus cargos. Os exames serão realizados em dezembro para 40 mil funcionários, tanto temporários como permanentes.
“Isso vai acontecer em dezembro, que é quando os contratos de funcionários temporários vencem. Então, para que sejam renovados, será necessário — indefectivelmente — passar no exame”, afirmou o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, nesta quinta-feira (10).
Segundo Adorni, os exames aos funcionários serão padronizados e online, e avaliarão “pontos muito elementares para cumprir tarefas básicas”. Pessoas com deficiência não precisarão realizar os testes até que estes sejam adaptados para estes funcionários.
Perguntado sobre os critérios de idoneidade que serão avaliados, Adorni pontou que ainda não estão definidos. “Tem um trabalho conjunto, entre várias áreas. Os exames vão ser coordenados com a Universidade de Buenos Aires, e serão cerca de 2 mil exames por dia. Isso é uma metodologia”, afirmou.
Agora, a Casa Rosada destaca que, a partir de 2025, qualquer funcionário contratado precisará passar por esses exames de idoneidade. “Isso vai ser uma prática normal e habitual no Estado, pelo menos nacional, que é onde nós temos ingerência”, garantiu o porta-voz.
O governo argentino inclui a medida no leque de ações do que define como “racionalização do Estado”. Em seu mandato, Milei cortou dez ministérios e afirma ter eliminado metade dos cargos hierárquicos e das secretarias do governo.
O recente anúncio da Casa Rosada foi repudiado pelo secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), Rodolfo Aguiar.
“Depois de 5, 10, 15 e até 20 anos de trabalho, vão querer que eles façam um teste? O teste teria que ser para o porta-voz”, escreveu o secretário na rede social X.
O sindicalista disse ainda que, se Adorni “e suas centenas de trolls” tivessem feito um teste, não teria entrado para “parasitar” o Estado.