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segunda-feira, 14/07/2025

Governo libera Plano Safra 2025/26, mas valores não acompanham inflação, diz CNA

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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifestou insatisfação com os valores apresentados para o Plano Safra 2025/26, destinados à agricultura empresarial e familiar pelo governo federal. Segundo Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, em comunicado à imprensa, “o Plano Safra 2025/26 não atende às demandas essenciais do setor, pois os recursos previstos ficaram abaixo da inflação, mesmo quando apresentados em números nominais maiores.”

Para a nova temporada, o Plano Safra 2025/26 está oferecendo R$ 594,4 bilhões em financiamentos para produtores de todos os portes, um aumento de 1,7% comparado aos R$ 584,5 bilhões da temporada 2024/25. Deste total, R$ 516,2 bilhões destinam-se à agricultura empresarial, incluindo financiamentos via Cédulas de Produto Rural (CPRs), enquanto R$ 78,2 bilhões são reservados para a agricultura familiar.

Lucchi ressaltou que os recursos destinados à agricultura familiar tiveram um acréscimo de 3%, enquanto a agricultura empresarial cresceu apenas 1,5%. “Com uma inflação de 5,32% no período, esses valores efetivamente sofreram redução em poder de compra, não atendendo às expectativas do setor,” explicou ele.

Sobre as taxas de juros, a CNA destacou que elas mantiveram-se estáveis para os financiamentos que contemplam alimentos da cesta básica agricultores familiares, porém houve aumento de dois pontos percentuais para linhas de crédito voltadas à soja e à pecuária de corte. “Isso representa uma segmentação nas taxas aplicadas dentro da agricultura familiar, que mereceria maior atenção, já que diversos produtores enfrentam taxas mais elevadas,” observou Lucchi.

Na agricultura empresarial, a principal preocupação refere-se ao aumento das taxas de juros no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), que passou de 8% para 10%. “Percebemos um distanciamento significativo entre as taxas para médios produtores e aquelas aplicadas à agricultura familiar, sem que haja um ajuste no limite de renda para enquadramento familiar,” apontou o diretor técnico da CNA.

Para a entidade, considerando o contexto geopolítico e econômico atual, seria necessário um Plano Safra mais robusto para garantir a continuidade dos investimentos agrícolas. “Diante dessas condições desafiadoras, estamos preocupados com o encaminhamento da próxima safra,” concluiu Lucchi.

Estadão Conteúdo

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