Uma falsa sensação de segurança e um suposto profundo conhecimento em finanças foram usados por um golpista para atrair vítimas e lucrar milhões com um esquema fraudulento.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando um “trader” que prometia altos retornos financeiros com a ajuda de um “robô” para realizar investimentos automáticos. Cerca de 150 pessoas em todo o Brasil perderam entre R$ 10 mil e R$ 500 mil cada.
Nas redes sociais, Roberto Sacramento Rodrigues, CEO da empresa Extrabot, exibía uma vida luxuosa com carros esportivos, viagens em jatinho particular e festas em locais paradisíacos. Ele afirmava que a prosperidade vinha do robô que negociava criptomoedas em dólar e garantisse não ser uma pirâmide financeira, prometendo devolver até 2% dos valores investidos aos clientes.
O golpista atraía centenas de pessoas interessadas em lucrar com moedas digitais usando vídeos explicativos e uma imagem de investidor bem-sucedido. Ele mantinha contato individualizado com os investidores por meio de diversos grupos no WhatsApp. Em um desses grupos, 85 pessoas perderam todo o dinheiro investido. Inclusive, integrantes do Comando Vermelho (CV) também teriam perdido recursos e agora o criminoso estaria sendo procurado pelos próprios criminosos.
Perdas de patrimônio
Algumas vítimas investiram suas economias, perdendo imóveis, veículos e outros bens. O valor total desses bens desapareceu junto com o esquema. Um investidor de Brasília relatou usar parte da rescisão trabalhista para investir no robô. Segundo ele, soube do sistema por um amigo, foi convencido por Roberto a participar e aportou inicialmente R$ 2 mil, aumentando depois para R$ 5 mil.
No mesmo dia em que a pirâmide desmoronou, a plataforma saiu do ar e Roberto sumiu, bloqueando qualquer contato. As vítimas criaram um perfil nas redes sociais para expor o golpe e alertar outras pessoas.
Comprovantes falsos e atração para vítimas
O golpista usava supostos comprovantes de transferências e pagamentos para enganar e atrair ainda mais pessoas em vários grupos. Isso fez com que o esquema crescesse, envolvendo pessoas de pelo menos oito estados brasileiros, além do Distrito Federal.
Tentativas de contato com Roberto Sacramento Rodrigues não tiveram sucesso até o momento. O caso segue em investigação pelas autoridades competentes.