Três adolescentes negras, com idades entre 12 e 15 anos, foram forçadas a levantar suas blusas em um corredor isolado no JK Shopping, localizado em Taguatinga (DF), para provar que não escondiam produtos comprados. A prática de revista íntima feita pela gerente da loja Império das Maquiagens e seguranças do shopping está sendo investigada por constrangimento ilegal pela 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte).
As jovens tinham acabado de fazer compras na loja quando perceberam que estavam sendo seguidas. Ao entrarem no banheiro do shopping, foram abordadas pela gerente Camila, que alegou ter notado comportamento suspeito pelas câmeras de segurança. Elas foram conduzidas a uma área restrita, escoltadas por dois seguranças.
No local, além de revistar as bolsas e bolsos das adolescentes, a gerente exigiu que levantassem as blusas para verificar se haviam quaisquer mercadorias escondidas sob as roupas. Apesar dessa revista invasiva, nada foi encontrado. As jovens negaram veementemente qualquer irregularidade durante a abordagem.
A família das adolescentes buscou auxílio jurídico imediatamente após o ocorrido. O advogado Ricardo Castro denunciou o procedimento como abusivo e discriminatório, ressaltando que a ação teve um viés racial, pois apenas as meninas negras foram submetidas à revista.
O shopping reconheceu o incidente ocorrido na loja e afirmou não tolerar qualquer tipo de constrangimento, discriminação ou comportamento inapropriado em suas dependências. A administração está colaborando com as autoridades para apurar os fatos e garantir a segurança e o respeito a todos.
Até o momento, o proprietário da Império das Maquiagens, Victor Albuquerque, não se pronunciou sobre o caso. O espaço para manifestação permanece aberto.

