Um furto audacioso ocorrido em um condomínio residencial em Águas Claras chamou a atenção dos moradores e levantou debates sobre a segurança e a responsabilidade dos condomínios. As câmeras de vigilância capturaram com detalhes o ato de uma dupla de ladrões que adentrou as áreas internas do prédio. O crime está sendo investigado pela 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul).
As imagens mostram os suspeitos entrando na garagem logo após a abertura do portão, acionada por um morador que chegava ao local. Usando capuzes e fingindo mexer no celular, eles circulam pela garagem de forma discreta. Depois, caminham pelo espaço observando o ambiente até escolherem seus alvos: bicicletas de alto valor no bicicletário do 2º subsolo.
O furto só foi percebido pelo morador algumas horas depois, ao notar a ausência de sua bicicleta — um modelo de alta performance avaliado em R$ 6 mil. Ao rever as imagens gravadas na segurança, ele constatou que o crime ocorreu na quinta-feira passada (22/11), cometido pela dupla registrada nas imagens. O prejuízo relatado pelo dono é considerável.
Responsabilidade
O ocorrido reacendeu entre os moradores o debate sobre os limites da responsabilidade do condomínio em acontecimentos do tipo. Consultada, a advogada Priscila Felzemburgh, especialista em direito condominial e imobiliário e membro do escritório Karpat & Felzemburgh, observa que casos semelhantes têm sido frequentes e demandam maior atenção.
De acordo com a especialista, a legislação é clara: o condomínio só pode ser responsabilizado por furtos em unidades ou áreas comuns se houver previsão explícita na convenção, salvo em situações excepcionais, nas quais fique provada sem dúvidas a culpa do condomínio. “Quando há registro por câmeras e falha na identificação dos invasores, é fundamental avaliar se houve negligência no dever de vigilância”, ressalta.
A advogada destaca ainda a importância de uma constante revisão e atualização das práticas de segurança: “Os condomínios precisam avaliar os riscos, ajustar os protocolos e reforçar as medidas preventivas, para minimizar perdas e reduzir eventuais responsabilizações legais”, afirmou.
