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quarta-feira, 18/06/2025




Frio chega mais cedo e impulsiona vendas de roupas de inverno no DF

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Em Brasília

Camila Coimbra

A madrugada desta segunda-feira (16) foi a mais fria do ano até agora no Distrito Federal. No Gama, os termômetros registraram 8,8 °C por volta das 3h da manhã, conforme indicou a meteorologista Andrea Ramos. A diminuição das temperaturas antecipou os sinais típicos do inverno, que começa oficialmente no dia 20 de junho.

“Estamos entrando no inverno, que traz consigo temperaturas mais baixas, tempo seco e céu com poucas nuvens”, explica Andrea. Ela alerta que as madrugadas frias devem persistir pelos próximos meses. “Até o fim de agosto e início de setembro, ainda teremos manhãs geladas no DF.”

Além do frio, a umidade do ar apresenta variações características dessa época do ano. De manhã, os níveis ficam elevados, entre 90% e 98%, mas caem bastante à tarde, variando entre 30% e 35%. Esse cenário exige cuidado redobrado com hidratação e a saúde respiratória. Para os próximos dias, a expectativa é de temperaturas mínimas perto dos 10 °C e máximas entre 24 °C e 25 °C, com predomínio de céu claro.

O frio, portanto, veio para permanecer — e impulsionou o comércio local. As temperaturas mínimas de até 8 °C estimularam um aumento nas vendas no Distrito Federal: conforme o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), a comercialização de agasalhos cresceu 11% neste ano, em comparação aos 7% do mesmo período de 2024. O desempenho do setor já está 4% acima do registrado no inverno anterior, impulsionado não só pelo frio mais intenso, mas também pelo tempo seco.

Produtos como cobertores, meias de lã, luvas, gorros e bonés estão entre os itens mais procurados nas lojas do Plano Piloto e nas principais regiões administrativas. As mulheres são as principais consumidoras: de cada 100 produtos vendidos, elas representam 72%, enquanto os homens correspondem a 28%. “As mulheres geralmente se preocupam mais com os efeitos do frio”, aponta o Sindivarejista.

Quanto aos métodos de pagamento, 68% das compras para o inverno são feitas com cartão de crédito. O restante se divide entre PIX e dinheiro, sendo este último vantajoso por permitir negociação e descontos em estabelecimentos menores.

No Portal da Moda, em Taguatinga, a loja Profeta já percebe o impacto nas vendas. Guilherme Bueno, 25 anos, trabalha no atendimento e comenta que a preparação inicia-se ainda em maio. “Muitos clientes já procuram os produtos antes mesmo do frio mais forte chegar”, comenta. Ele relata que a loja oferece tamanhos que vão do P ao G4, atendendo diversos públicos. “Quando o frio aumenta, o público corre para comprar casacos”, diz, afirmando que as vendas cresceram cerca de 50% em relação ao ano passado.

Entre os clientes, Lidiane Soares, 40 anos, de Águas Claras, buscava agasalhos para si e para o filho Miguel, de 13 anos. “Viemos hoje por causa do frio. Esta madrugada foi especialmente gelada. Miguel acorda às 5h40 e sentimos bastante o impacto”, contou. Ela prefere peças versáteis, que ofereçam conforto e proteção durante o dia.

Na Feira dos Goianos, Lucas Soares, 23 anos, comerciante da loja Arapuk, confirma que o inverno é o período mais movimentado para vendas. “Trabalhamos com uma grande variedade: camisas, sociais, moletons. Mas nesta época, com o frio constante, a procura por casacos sobe muito”, afirma. Ele estima um crescimento de cerca de 65% nas vendas de moletons e bobojacos, especialmente femininos. Para incentivar a solidariedade, Lucas criou uma campanha: quem levar um agasalho, novo ou usado, recebe 10% de desconto. “Depois, entregamos tudo na Rodoviária do Plano Piloto para pessoas em situação de rua”, explica.

O inverno no Brasil vai até 22 de setembro. Embora o frio intenso tenha surpreendido os brasilienses este ano, não é o mais rigoroso já registrado. Em 19 de maio de 2022, o Distrito Federal teve seu recorde histórico, com termômetros marcando -1,4 °C. Antes disso, em 18 de julho de 1976, a mínima chegou a -1,6 °C.




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