FOLHAPRESS
O Fórum das Academias de Ciências do Brics, grupo que inclui o Brasil, divulgou em 25 de abril uma declaração destacando um cenário global dividido, com falhas nas parcerias científicas e tecnológicas dentro do grupo, além do risco de perda de chances importantes de avanço caso não haja esforços focados.
O documento aborda ainda a criação de soluções para o clima e o desenvolvimento da inteligência artificial nos países do sul global.
Este texto será encaminhado aos líderes do grupo e deverá embasar uma nova declaração na Cúpula do Brics deste ano, realizada no Rio de Janeiro.
O evento começou no dia 24 e segue até 25 na capital fluminense.
Além do Brasil, o grupo inclui Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, além de países parceiros como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Segundo a declaração, “as publicações conjuntas de pesquisa e inovações atuais mostram um potencial ainda não explorado”. A falta de ações deliberadas e coordenadas pode resultar na perda de oportunidades transformadoras em que a ciência, incluindo ciências sociais e humanas, e a tecnologia poderiam ajudar a diminuir desigualdades sociais e melhorar a sustentabilidade ambiental.
Entre os compromissos para superar essas falhas, estão ampliar a colaboração científica; usar a biodiversidade e os sistemas de conhecimento tradicionais para inovar; coordenar inovações em energia e soluções climáticas; promover inclusão digital; desenvolver jovens talentos; incentivar a cooperação tecnológica e o investimento empresarial; e diminuir as lacunas de conhecimento.
Outro compromisso destaca o papel das academias de ciências do bloco, reafirmando que elas são consultoras científicas estratégicas para os governos e facilitadoras importantes da colaboração regional e internacional.
O documento também propõe criar uma Rede de Soluções Climáticas focada em tecnologias para a transição energética, alinhada com a COP30, que ocorrerá em Belém, Pará, em novembro.
Além disso, está previsto o desenvolvimento de programas em inteligência artificial, automação na indústria e agricultura, governança de dados, saúde digital e ciência aberta, visando transformar os países do hemisfério sul em produtores ativos e inovadores, e não meros consumidores de tecnologia.
A transformação digital deve ser guiada pelo objetivo de promover progresso sustentável, assegurando que o avanço tecnológico contribua para o desenvolvimento equilibrado e a preservação dos recursos para as futuras gerações.