A família de Juliana Marins, que ainda enfrenta a dor da perda da jovem de 26 anos, agora passa pelo desafio de trazer o corpo dela de volta ao Brasil. O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que os custos do translado devem ser arcados pela própria família, pois a legislação brasileira proíbe o uso de recursos públicos para essas despesas.
O que aconteceu?
Juliana Marins, de 26 anos, sofreu uma queda durante uma trilha no vulcão Rinjani, situado na ilha de Lombok, na Indonésia.
Ela estava fazendo um mochilão pela Ásia e havia contratado, junto com outros turistas, uma empresa local para acompanhar a trilha. Após escorregar, Juliana só foi encontrada a cerca de 300 metros do grupo. Rumores iniciais sugeriam que ela teria recebido socorro, mas a família negou essas informações, confirmando que ela aguardou por resgate durante quatro dias.
Na terça-feira (24/6), o corpo de Juliana foi localizado cerca de 600 metros abaixo da trilha.
O corpo foi resgatado na quarta-feira (25/6) e levado a um hospital da região para necropsia. A liberação do corpo depende da conclusão dos procedimentos médicos e burocráticos.
De acordo com o Itamaraty, conforme decreto de 2017 da Lei de Migração, a assistência consular brasileira não cobre despesas com sepultamento ou traslado de corpos de cidadãos que faleceram no exterior, limitando o apoio a casos de hospitalização emergencial e outras situações humanitárias.
O pai de Juliana, Manoel Marins Filho, viajou até a Indonésia para acompanhar o processo. A família, residente em Niterói (RJ), ainda não divulgou uma data para o retorno do corpo ao Brasil.
Apoio e homenagens
Comovido com a situação, o ex-jogador de futebol Alexandre Pato ofereceu-se para arcar com as despesas do translado. O atleta tomou essa iniciativa após campanhas nas redes sociais destacarem as dificuldades financeiras enfrentadas pela família de Juliana.
“Quero custear esses valores para que todos tenham paz e para que ela possa descansar junto aos seus entes queridos”, declarou Pato.
Por meio de sua equipe, o jogador estabeleceu contato com os familiares da jovem, oferecendo apoio total e conduzindo a parte logística e financeira para que o corpo retorne ao Brasil o quanto antes.
Até o momento, o custo do translado não é conhecido e a família ainda não confirmou se aceitará a ajuda.
Em meio à dor, Manoel Marins tem feito publicações emocionadas nas redes sociais em tributo à filha. Em uma carta aberta, divulgada na quarta-feira (25/6), ele destacou o entusiasmo de Juliana pela viagem, realizada com recursos próprios, e ressaltou sua personalidade cheia de vida.
“Você partiu fazendo o que mais amava, e isso traz um pouco de consolo ao nosso coração”, escreveu o pai.
Ele também mencionou planos que tinham juntos, como um voo de parapente para celebrar o aniversário dela: “Voe, Juju, voe. Voe aos braços do Pai Eterno que espera para protegê-la eternamente com seu amor infinito.”
Na terça-feira (24/6), Manoel expressou seu sentimento compartilhando uma foto da filha junto com a letra da música “Pedaço de mim”, de Chico Buarque, adaptando a mensagem para dizer: “um fragmento arrancado do meu ser”.