Para conter o aumento das mortes por arma branca no Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) e a Polícia Militar do DF (PMDF) estão negociando com o Ministério Público e o Poder Judiciário novos protocolos para apreensão de lâminas e abordagem de pessoas em situação de rua.
Conforme o Primeiro Anuário da Segurança Pública do DF, divulgado em 18 de junho, a capital brasileira conseguiu reduzir significativamente o número total de homicídios. Entretanto, o estudo apontou um crescimento nos assassinatos com objetos cortantes.
Ana Paula Barros Habka, comandante-geral da PMDF, explica que os policiais militares têm conseguido remover muitas armas de fogo das ruas, chegando a apreender 29 em um único final de semana. Porém, eles não têm a mesma autorização para apreender armas brancas de forma ampla.
Segundo ela, muitas vezes essas armas são transportadas sob a alegação de serem ferramentas de trabalho. Um protocolo está sendo elaborado junto ao Ministério Público para possibilitar a apreensão preventiva desses objetos.
Em grandes eventos, como o Carnaval, a polícia já realiza abordagens que previnem o porte e uso de armas brancas, aumentando a segurança pública.
Situação de rua
Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública, destaca a necessidade de uma nova abordagem para pessoas em situação de rua, que muitas vezes utilizam armas brancas no cotidiano. Ele ressalta a dificuldade das forças policiais em lidar com essa questão, uma vez que existem orientações que permitem a posse desses objetos por esta população.
O secretário enfatiza o trabalho conjunto com outros setores do governo, Judiciário e Ministério Público para buscar soluções para este problema crescente tanto no DF quanto no restante do país.
A repressão a crimes domésticos envolvendo armas brancas, como feminicídios, é particularmente desafiadora. Por isso, denunciações são essenciais para que a polícia possa agir preventivamente.
Números
Em 2024, o Distrito Federal registrou 207 homicídios, dos quais 94 foram cometidos com armas brancas, representando 45% do total de mortes. Entre os 23 casos de feminicídio, 39% tiveram uso de lâminas. No mesmo período, ocorreram oito latrocínios, metade deles com uso de objetos cortantes.