Os advogados do ex-ministro Silvio Almeida recorreram à Justiça para solicitar que o ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos, Leonardo Pinho, se retratasse das acusações de assédio moral feitas contra o ex-titular da pasta. A defesa de Silvio Almeida quer que Pinho admita que as declarações feitas à imprensa, em setembro do ano passado, não são verdadeiras. Entre as supostas vítimas de assédio sexual estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Durante uma audiência de conciliação realizada na tarde de terça-feira (17/6) na 5ª Vara Criminal de Brasília, os advogados do ex-ministro pediram que o ex-diretor enviasse a nota de retratação aos veículos de comunicação que divulgaram a entrevista. No entanto, a defesa de Leonardo Pinho recusou essa proposta, e o processo continuará sem consenso entre as partes.
Na petição, o ex-ministro busca a condenação do ex-diretor pelos crimes de calúnia e difamação, com agravante pelo fato das acusações terem sido divulgadas pela mídia. O Metrópoles tentou contato com as defesas de ambos os envolvidos, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações.
Relato de assédio moral
Em entrevista concedida ao Metrópoles no ano passado, o ex-diretor Leonardo Pinho relatou que, durante o período em que trabalhou no Ministério, o então ministro Silvio Almeida teria praticado assédio moral contra ele. Segundo o relato, em diversas ocasiões, Silvio Almeida teria dado socos na mesa e gritado, impondo pressão excessiva.
Uma dessas situações aconteceu em novembro de 2023, quando Pinho recebeu ordens para gravar reuniões e monitorar integrantes de comitês que criticavam planos do ministério por suposta falta de transparência. Ao se recusar, o ex-ministro teria reagido com agressividade e feito ameaças, dizendo que os dias de Pinho estavam contados.
O ex-diretor narrou que, ao cumprir as recusas às exigências, Silvio Almeida ficou furioso, batendo na mesa e dirigindo xingamentos contra ele. Devido a esses episódios, Pinho decidiu pedir demissão no fim de 2023.