O Congresso americano deve aprovar nesta quinta um novo auxílio a pequenas empresas e o financiamento de testes em massa
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos vota nesta quinta-feira (23) um novo pacote de estímulo econômico no valor de quase meio trilhão de dólares para conter os prejuízos da pandemia do novo coronavírus.
O novo pacote de ajuda inclui 310 bilhões de dólares para o Programa de Proteção de Salários (Paycheck Protection Program), destinado a socorrer pequenas empresas em dificuldades, além de 75 bilhões de dólares que são concedidos especificamente para hospitais e clínicas de saúde. Outros 60 bilhões de dólares serão disponibilizados para um fundo de empréstimos emergenciais para empresas com menos de 500 funcionários.
Outro ponto importante do pacote é o direcionamento de 36 bilhões de dólares para financiar a expansão dos exames de diagnóstico da covid-19 em todo o país. A realização de testes em massa é fundamental para aliviar as medidas de quarentena e retomar as atividades econômicas.
No total, o pacote de ajuda soma 484 bilhões de dólares (aproximadamente 2,6 trilhões de reais). O projeto já foi aprovado no Senado americano na terça-feira, depois de uma intensa negociação entre republicanos e democratas. O presidente Donald Trump disse que deve sancioná-lo, se ele for aprovado na Câmara nesta quinta.
Este será o quarto pacote econômico já aprovado pelo Congresso americano em resposta à pandemia. As medidas já somam mais de 2 trilhões de dólares (10,7 trilhões de reais).
No fim de março, o Congresso americano já havia aprovado uma linha de financiamento de 350 bilhões de dólares para socorrer especificamente as pequenas empresas do país. Em menos de duas semanas, os recursos foram esgotados por causa da alta procura. O secretário do Tesouro, Steven Mnunchin, então pediu ao Congresso um novo pacote voltado para as pequenas empresas.
A ajuda às pequenas empresas é fundamental para a retomada da economia, uma vez que muitos negócios ficaram paralisados e os trabalhadores perderam o emprego.
Nas últimas quatro semanas, mais de 22 milhões de americanos entraram com um pedido de seguro-desemprego depois de serem demitidos durante a pandemia, o que fez zerar o saldo de vagas criadas nos Estados Unidos desde a crise financeira de 2008.
Nesta quinta-feira, este número deve aumentar para cerca de 26 milhões, com a divulgação de novos dados sobre o benefício social. A estimativa de analistas é que outros 4,3 milhões de trabalhadores tenham entrado com um pedido de auxílio desemprego na semana passada. O socorro do governo americano, portanto, vem num momento crucial para as empresas, a população e a economia.