A nova geração de vacinas é voltada tanto para a cepa original da covid-19 como para as subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron
As autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram nesta quarta-feira, 31, as novas versões das vacinas contra a covid-19 dos laboratórios Pfizer e Moderna. O imunizante é do tipo bivalente, ou seja, age contra duas cepas do vírus. É constituído de uma mistura da cepa original e da variante Ômicron.
As duas vacinas atualizadas foram autorizadas para uma dose de reforço, a partir de 12 anos para a Pfizer e dos 18 para a Moderna, informou a agência reguladora de medicamentos americana, a FDA, em comunicado.
Os imunizantes ainda não foram recomendados pelos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), a principal agência de saúde pública do país.
Os CDC convocaram um comitê de especialistas independentes para discutir o tema nesta quinta-feira. Após essas consultas, caberá à diretora da agência, Rochelle Walensky, dar a autorização definitiva aos imunizantes. As novas versões dos fármacos podem estar disponíveis no país na próxima semana.
As vacinas que circulam atualmente foram concebidas para proteger contra a cepa inicial do vírus, que foi reportado pela primeira vez no fim de 2019 em Wuhan, na China.
Contudo, com o passar do tempo os imunizantes perderam eficácia diante das variantes que foram surgindo, devido à rápida evolução do vírus.
Ao contrário das variantes Alfa e Delta, que sucumbiram, a Ômicron e suas subvariantes passaram a dominar gradualmente os contágios em 2022 em todo o mundo.
Os laboratórios Pfizer e Moderna também apresentaram um pedido de autorização para as versões atualizadas de suas vacinas à Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).
Restaurar a imunidade
As vacinas de reforço podem ser aplicadas dois meses depois da aplicação de uma dose anterior (de reforço, ou do ciclo vacinal inicial). A dose é de 30 microgramas no caso da Pfizer, e de 50 microgramas no caso da Moderna.
“A esperança é ‘restaurar’ um nível de imunidade similar ao que as vacinas davam quando foram introduzidas, e proporcionar uma ‘maior duração da proteção’ para que os reforços não precisem se repetir com muita frequência”, explicou Peter Marks, da FDA.
Perguntado sobre incluir a população jovem nesta campanha de reforço, Marks destacou que estas vacinas poderiam ajudar a proteger contra a chamada “covid longa”, que afeta indivíduos de todas as idades.
Quando a vacina chega ao Brasil?
A farmacêutica Pfizer protocolou, no dia 19 de agosto, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pedido de uso emergencial de uma nova vacina contra a covid-19 adaptada à variante Ômicron. A Moderna não tem contrato com o governo brasileiro ou com o mercado privado e, por isso, não tem registro no Brasil.
O protocolo feito prevê o uso como dose de reforço para a população acima de 12 anos de idade. Antes de fazer o pedido, a empresa se reuniu de forma prévia com áreas da Anvisa relacionadas ao tema para apresentação do novo imunizante contra o coronavírus.
A Anvisa tem um prazo de até 30 dias para concluir a avaliação, ou seja, até meados de setembro. Este tempo pode ser interrompido sempre que for necessária a solicitação à empresa de complementação de informações ou esclarecimentos sobre os dados de qualidade, de eficácia e de segurança apresentados. Normalmente, se não precisar de mais dados, a liberação é feita em um tempo menor do que este.
Ainda segundo a Pfizer, a chegada dessa nova vacina ao Brasil depende da análise regulatória e de definições do Ministério da Saúde. “O contrato atualmente vigente de fornecimento de vacinas da Pfizer ao Brasil inclui a entrega de potenciais vacinas adaptadas e/ou para diferentes faixas etárias”, informou a Pfizer.