O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (25) que acusou instituições financeiras mexicanas, incluindo o CIBanco, Intercam e Vector, de envolvimento em lavagem de dinheiro para cartéis do tráfico de drogas. Como resultado, estas instituições foram proibidas de realizar determinadas transferências de fundos.
O presidente Donald Trump tem priorizado o combate ao fentanil e acusa o México de não agir adequadamente contra este opioide. Segundo autoridades americanas, os cartéis mexicanos produzem fentanil ilegalmente, utilizando substâncias vindas da China, fato associado a quase 50.000 mortes por overdose nos Estados Unidos em 2024.
Uma investigação conduzida pela Rede de Controle de Crimes Financeiros (FinCen) indicou o envolvimento das três instituições financeiras mexicanas na lavagem de dinheiro gerado pelo tráfico, conforme relatado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. O CIBanco e o Intercam são bancos comerciais com mais de US$ 7 bilhões e US$ 4 bilhões em ativos, respectivamente, enquanto o Vector é uma corretora que administra cerca de US$ 11 bilhões.
Washington alega que essas instituições desempenham papel crucial na lavagem de milhões de dólares para os cartéis com sede no México e na facilitação da compra de químicos usados na fabricação do fentanil.
Em entrevista, o subsecretário do Tesouro, Michael Faulkender, apresentou exemplos de cooperação entre essas instituições e os cartéis. Em 2023, um funcionário do CIBanco ajudou a abrir uma conta com o objetivo suspeito de lavar US$ 10 milhões em nome de um membro do Cartel do Golfo. No fim de 2022, executivos do Intercam teriam se reunido diretamente com supostos integrantes da mesma organização para discutir esquemas de lavagem, incluindo transferências provenientes da China.
Entre 2013 e 2021, segundo Faulkender, um membro do Cartel de Sinaloa utilizou vários métodos para lavar US$ 2 milhões por meio da corretora Vector.
Uma funcionária ressaltou que as medidas impostas impedem que estas instituições facilitem certas transferências, mas não configuram sanções econômicas totais como as aplicadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro. A FinCen não bloqueia os bens nem impede todas as transações com americanos, mas limita certas operações dessas instituições.