As Paralimpíadas Escolares de 2025, realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo, mostraram que o esporte vai muito além de ganhar medalhas. Na sexta-feira, dia 21, encerrando a primeira parte das competições, a atleta Sophia Garcês, de 15 anos, estudante do Centro Educacional São Bartolomeu em São Sebastião, emocionou a todos ao conquistar a medalha de ouro e quebrar o recorde escolar na prova de 200 metros.
Esse feito, presenciado por colegas, professores e uma torcida animada, representou muito mais do que uma vitória pessoal para a aluna. Foi também um marco importante para a educação inclusiva e para o esforço contínuo da rede pública do Distrito Federal em usar o esporte para transformar vidas.
Laços que apoiam
Dizem que para ir rápido, basta ir sozinho, mas para chegar longe, é preciso estar acompanhado. No esporte paralímpico escolar, essa ideia é ainda mais verdadeira. Entre os treinos, viagens e competições, o companheirismo e o apoio emocional são tão importantes quanto a técnica.
Na história da Sophia, um desses apoios é o amigo de treinamentos Yan Khalil, de 14 anos, estudante do CAIC Unesco, atleta e membro do Centro Integrado de Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência (CIDP) em São Sebastião. Juntos, eles compartilham uma amizade dentro e fora das pistas, construindo um caminho cheio de incentivo, carinho e colaboração.
A professora Lucimar Neves, técnica da Sophia, destaca essa importância humana. “Estudantes com dificuldades sociais sempre se apoiam, tanto nos momentos difíceis quanto nas alegrias. Esse suporte entre eles é fundamental. Quando um chora, o outro vai e abraça. O paralímpico é um movimento muito rico pelo crescimento social que traz.”
Um trabalho que muda vidas
O ótimo desempenho da Sophia não veio só do seu talento, mas também do trabalho dedicado dos professores Lucimar Neves e Alexandre Fachetti, carinhosamente chamados pelos alunos de Tia Lu e Tio Xandi.
No CIDP de São Sebastião, esses educadores criaram um ambiente seguro e acolhedor, onde o esporte é usado para promover autonomia, autoestima e inclusão. Lucimar reforça a importância desse trabalho. “Ver a Sophia ganhar o ouro e bater um recorde é a prova de que investir no esporte adaptado transforma vidas. É sobre fortalecer a confiança, a independência e mostrar que todos têm potencial.”
Alexandre Fachetti, que acompanhou a evolução da atleta de perto, fala do lado humano dessa trajetória: “É emocionante. A Sophia tinha dificuldades para correr e se equilibrar. No ano passado, foi um desafio, principalmente no comportamento. O mais gratificante é ver uma estudante que nunca tinha praticado esporte agora conquistar um recorde escolar na sua categoria.”
*Informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
