Uma aluna de 23 anos da Universidade de Brasília (UnB) chamou uma colega de curso de um termo ofensivo e também a apelidou de “Jack”, uma gíria utilizada para designar alguém como estuprador. O incidente aconteceu em uma terça-feira no Campus Darcy Ribeiro. A discussão se iniciou após a universitária questionar a presença de outro estudante biologicamente homem no banheiro feminino, o que gerou uma confusão que se estendeu para o pátio da universidade e foi testemunhada por outros alunos.
A palavra “Jack” remete a Jack, O Estripador, um famoso assassino em série que aterrorizou a área de Whitechapel em Londres no século XIX, acusado de ter violentado várias mulheres.
Investigações da 5ª Delegacia de Polícia revelaram que a pessoa envolvida se identifica como não-binária e estava no banheiro feminino exclusivamente para usar o espelho, momento em que encontrou a estudante de agronomia que expressou surpresa com sua presença. O isolamento na segurança do campus e a intervenção da Polícia Militar do Distrito Federal resultaram na condução dos envolvidos para a delegacia.
A vítima declarou que faz uso tanto do banheiro masculino quanto do feminino e alegou ter sido alvo de injúria homofóbica. A estudante reconheceu ter impedido o uso do banheiro por seu colega e admitiu o uso das ofensas, demonstrando comportamento debochado durante o depoimento.
O caso foi qualificado como injúria homofóbica com base em decisões do Supremo Tribunal Federal e resultou no indiciamento da aluna, que não teve direito à fiança. A repercussão também alcançou redes sociais, onde amigos da vítima expuseram suas opiniões, gerando novas autuações por injúria.
A UnB manifestou seu posicionamento reforçando o compromisso com os direitos humanos, diversidade e respeito mútuo, oferecendo apoio aos envolvidos enquanto garante o respeito aos direitos legais de todos.
