Pesquisadores da Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, descobriram que o gene REDD2, ativado pelo estresse no metabolismo, afeta negativamente as células beta do pâncreas, que controlam o açúcar no sangue e produzem insulina.
O estudo, divulgado em maio no Journal of Biological Chemistry, representa um avanço importante para prevenir ou tratar o diabetes tipo 2, mostrando que uma dieta desequilibrada pode influenciar diretamente no surgimento da doença.
“A diabetes tipo 2 acontece quando as células beta pancreáticas, que secretam insulina para controlar o açúcar no sangue, são prejudicadas por estresse prolongado causado por hábitos alimentares ruins, condição chamada de estresse oxidativo”, explicou Naoki Harada, professor associado da Escola de Pós-Graduação em Agricultura da Universidade Metropolitana de Osaka e autor principal do estudo.
Diabetes tipo 2
Diabetes tipo 2 é uma doença crônica caracterizada pela resistência à insulina e altos níveis de glicose no sangue. Geralmente ocorre em adultos, associada à obesidade e envelhecimento. Seus sintomas incluem sede excessiva, urinar frequentemente, cansaço, visão turva, feridas que demoram a cicatrizar, fome constante e perda de peso sem motivo aparente.
O tratamento combina medicamentos para regular a glicemia, e às vezes o uso de insulina. Mudanças no estilo de vida, como perda de peso, dieta equilibrada e atividade física regular, são fundamentais para controlar a doença.
Em testes com células e camundongos, níveis elevados de glicose, ácidos graxos e substâncias que induzem diabetes estimularam o gene REDD2, levando à morte celular e interrupção da via mTORC1, importante para o crescimento das células.
Camundongos sem REDD2, mesmo alimentados com dieta rica em gordura ou expostos a agentes que causam diabetes, mantiveram mais células saudáveis, produziram mais insulina e controlaram melhor a glicose.
Análises de ilhotas pancreáticas humanas confirmaram esses resultados: níveis altos de REDD2 estão ligados à diminuição das células beta e da produção de insulina.
Essa descoberta aponta que REDD2 pode ser um marcador para diagnóstico precoce do diabetes tipo 2 e abre caminho para a criação de medicamentos que atuem nesse gene.