LUCAS MARCHESINI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O Ministério de Minas e Energia informou neste domingo (14) que a Enel poderá perder o direito de distribuir energia em São Paulo caso não atenda completamente os padrões de qualidade e as regras do contrato estabelecidas para o setor.
O governo federal não detalhou as condições exatas para a perda dessa concessão, que ocorre após um apagão que começou na quarta-feira (10) em São Paulo.
O governo do Brasil não aceitará falhas constantes, cortes longos ou qualquer desrespeito à população, especialmente em um serviço essencial como o fornecimento de energia elétrica, diz um trecho da nota oficial.
Segundo o MME, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exige rigor total na fiscalização e na garantia da qualidade dos serviços de energia.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, planeja propor um plano de ação junto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), para definir responsabilidades e atuar de forma coordenada.
O governador e o prefeito tentaram dividir a responsabilidade pela crise no fornecimento de energia com o governo federal, o que foi criticado por Silveira, que disse que eles transformaram o problema em uma disputa política.
A nota destaca que, desde o início das interrupções, o ministro acionou rapidamente todo o setor elétrico, com órgãos públicos e empresas colaborando para restabelecer o serviço o quanto antes.
A Enel, por outro lado, atribui parte da culpa ao prefeito Ricardo Nunes, por não realizar a poda de árvores adequada.
Enquanto isso, os problemas continuam. No pico do apagão, cerca de 1,5 milhão de residências ficaram sem luz na capital e mais de 2,2 milhões na Grande São Paulo na quarta-feira. Até as 18h deste domingo, ainda havia 67 mil imóveis sem energia em todo o estado.
