Dois parlamentares suíços solicitaram ao procurador-geral da Suíça que investigue se o presente dado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelos principais empresários do país, configura uma infração legal. Durante sua visita à Casa Branca no início de novembro, Trump recebeu um relógio Rolex e uma barra de ouro.
A oferta de presentes a Donald Trump, na expectativa de obter vantagens, pode ser enquadrada como corrupção? É isso que justificaram dois deputados suíços ao fazerem a solicitação ao procurador-geral, após a reunião dos empresários suíços com o presidente em Washington.
No encontro, eles entregaram um relógio Rolex e uma barra de ouro com gravações ao presidente americano. Poucos dias depois, Donald Trump diminuiu as tarifas alfandegárias altas aplicadas à Suíça, reduzindo a taxa de 39% para 15%.
Embora o ministro suíço da Economia tenha feito uma viagem a Washington no mesmo período, para o deputado nacional Raphaël Mahaim, a visita dos empresários foi fundamental para a decisão. Ele comentou: “Este é claramente o momento oportuno para bajular Donald Trump, como na época medieval, onde se beijavam as mãos dos monarcas, cobrindo-os de ouro, literalmente. Mas será que isso é aceitável?”
Questionado sobre a possibilidade de configurar corrupção quando os doadores são indivíduos privados e não agentes públicos, o deputado do partido ecologista afirmou que a legislação suíça não faz distinção: “De acordo com o Código Penal, tanto quem pratica a corrupção ativa quanto os agentes do Estado, que recebem os presentes — corrupção passiva —, estão sujeitos à lei. A legislação é igual para todos”, explicou ele.
Sobre a preocupação de que a investigação pudesse desagradar Donald Trump e levá-lo a reverter a redução das tarifas, o parlamentar acredita que é mais provável que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos anule a decisão, caso considere que Donald Trump violou a Constituição ao modificar as tarifas sem a aprovação do Congresso.
