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sexta-feira, 22/11/2024
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Embargo ao petróleo russo ameaça levar a distúrbios no leste da Alemanha, diz mídia

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O embargo ao petróleo russo ameaça levar a distúrbios no leste da Alemanha, avisou o deputado do Bundestag (parlamento alemão) da União Democrata-Cristã, Jens Koeppen. As palavras dele foram citadas pela edição Telepolis.

© Sputnik / Aleksei Vitvitsky / Abrir o banco de imagens
Trata-se da situação em torno da refinaria PCK Raffinerie GmbH na cidade de Schwedt, estado federal de Brandemburgo. Daqui a cinco meses, entrará em vigor a proibição ao fornecimento do petróleo russo através do oleoduto Druzhba (Amizade). Segundo a Telepolis, o governo federal alemão tomou a decisão de impor o embargo, abandonando os habitantes da região à sorte.
As autoridades, diz a edição, não planejam manter empregos e salários dos funcionários da fábrica. Conforme Koeppen, o clima político na região é “extremamente complicado”.

“Não posso até imaginar o que nos espera do ponto de vista político, quando for observado déficit nos postos de gasolina”, salientou o deputado.

A ministra das Finanças de Brandemburgo, Katrin Lange, alertou que em um futuro próximo a situação pode ficar realmente séria.
“Os problemas sociais estão voltando com o dobro de força”, disse.
O oleoduto Druzhba tem a sua origem na região russa de Samara, passa por Bryansk e depois se divide em duas linhas: a norte (que passa pelos territórios de Belarus, Polônia e Alemanha) e a sul (pelos territórios da Ucrânia, República Tcheca, Eslováquia e Hungria). O oleoduto garante as exportações do petróleo russo para a Europa.
Nesse contexto, o líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), Tino Chrupalla, afirmou que Berlim deve abdicar das “políticas de sanções sem sentido” contra a Rússia, a fim de evitar uma catástrofe energética.
“É preciso pôr fim às políticas de sanções sem sentido, que prejudicam a Alemanha mais do que a Rússia. Além disso, chega de tabu em relação ao lançamento do Nord Stream 2 [Corrente do Norte 2]”, expressou o político.
Chrupalla também não evitou condenar o plano do governo alemão de distribuição do gás, que entrará em vigor em 1º de outubro. Segundo ele, não se deve tirar dinheiro dos consumidores para arcar custos adicionais dos produtores de gás, que de repente tiveram de procurar alternativas caras para o combustível russo.
No âmbito do apoio aos importadores de gás, a partir de outubro do ano corrente até 2024 na Alemanha vão cobrar dos consumidores do gás uma taxa adicional, que para uma família de quatro pessoas pode chegar a um número de três dígitos de despesas anuais adicionais. O mecanismo está destinado a fazer com que as empresas fornecedoras de gás possam seguir trabalhando, sem medo de falência devido aos altos preços de compra.
Nord Stream – a principal rota de fornecimento de gás da Gazprom, que é a maior exportadora de gás natural do mundo, para a Europa – voltou a funcionar em 21 de julho após obras de manutenção planejadas. O fornecimento de gás seguiu a 40% da capacidade total diária de quase 170 milhões de metros cúbicos.
Após o início da operação especial russa para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, o Ocidente fortaleceu a pressão de sanções contra Moscou. Muitos países anunciaram o congelamento dos ativos russos e começaram a soar apelos para se recusar da energia russa. Tais medidas resultaram em problemas para a própria Europa e os EUA, provocando o aumento dos preços dos alimentos e do combustível.
Entre os países europeus, a Alemanha enfrentou aumento dos preços da energia e uma alta inflação. Devido ao aumento do preço do combustível, antes de mais nada do gás, as indústrias alemãs em muitos aspectos perderam as suas vantagens competitivas, o que também afetou outros campos de uma das maiores economias da União Europeia.
Anteriormente, a edição DWN comunicou que a atual crise energética se tornou razão de uma “condenação devastadora” para o futuro da economia alemã. A deputada alemã e ex-líder da coligação parlamentar do Partido de Esquerda, Sahra Wagenknecht, por sua vez, afirmou que Berlim deve acabar com a guerra econômica contra Moscou, já que é incapaz de sobreviver sem a energia russa.
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