SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)
O Ministério Público do Rio Grande do Sul, conhecido como MP-RS, realizou hoje a Operação Ascaris. Esta operação investiga o desvio e a venda irregular de doações que vieram dos Estados Unidos e de empresas da Serra Gaúcha para pessoas afetadas pelas enchentes de 2024 no estado.
Roupas, fraldas e outros itens que foram doados chegaram a uma ONG, mas depois foram vendidos em brechós na Serra Gaúcha. Durante a operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Caxias do Sul, São Marcos e Boa Vista do Sul, e também foram bloqueadas contas bancárias que somam R$ 2 milhões.
Oito pessoas são suspeitas, incluindo três membros da mesma família, além de uma empresa. Segundo o MP, há provas de enriquecimento ilegal usando pessoas como laranjas e recebendo pagamentos via Pix em nomes de terceiros.
Parte do dinheiro obtido foi usada para comprar carros, um apartamento e outros bens pelo principal suspeito. Todos os investigados vão responder por apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro, crimes que ocorreram durante uma situação de desastre público.
Manoel Figueiredo Antunes, promotor responsável pelo caso, disse que os suspeitos aproveitaram a situação difícil das pessoas para ganhar dinheiro. “Eles até promoveram ações solidárias em suas redes sociais durante as enchentes, e um dos suspeitos chegou a ser reconhecido publicamente por isso”, explicou.
A investigação começou depois que uma denúncia foi enviada ao Consulado-Geral do Brasil em Miami. Documentos e celulares foram apreendidos para ajudar nas investigações. O objetivo é descobrir se há mais pessoas envolvidas, quanto dinheiro foi movimentado, os valores obtidos com a venda ilegal e se houve desvios em outras situações.

