O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) foi destaque na Cúpula do Clima da ONU (COP30), alcançando um compromisso de investimentos de cerca de US$ 5,5 bilhões, com US$ 1 bilhão vindo do governo federal. A meta é chegar a US$ 10 bilhões até 2026 e alcançar um total de US$ 125 bilhões futuramente. Este fundo, proposto pelo Brasil na COP de Dubai em 2023, visa combater o desmatamento em florestas tropicais úmidas, fundamentais para o equilíbrio climático global.
Por outro lado, o Fundo Amazônia, criado em 2008 e reativado em 2023 após paralisação no governo de Jair Bolsonaro, é dedicado exclusivamente a proteger a Amazônia Legal brasileira. Ambos os fundos condicionam os aportes financeiros à redução do desmatamento, mas o TFFF também inclui o incentivo à recuperação de áreas florestais, oferecendo um potencial maior de benefícios para o Brasil.
O TFFF financia países em desenvolvimento que possuem florestas tropicais, apoiando políticas de prevenção, monitoramento, combate ao desmatamento, manejo e restauração. Já o Fundo Amazônia financia projetos e ações diretamente relacionadas ao manejo sustentável e à luta contra o desmatamento na Amazônia Legal.
Quanto ao financiamento, o TFFF opera com uma lógica de mercado, recebendo investimentos públicos e privados que geram retorno financeiro para investidores e países beneficiários. Em contrapartida, o Fundo Amazônia capta doações de governos estrangeiros, principalmente da Noruega e Alemanha, além de empresas nacionais.
O mecanismo de repasse do TFFF prevê uma remuneração anual fixa baseada na área conservada ou restaurada, destinando pelo menos 20% dos recursos a povos indígenas e comunidades locais. A gestão conta com o apoio inicial do Banco Mundial e um colegiado de países beneficiários e financiadores que supervisiona o processo.
Já o Fundo Amazônia distribui os recursos diretamente por meio de editais para projetos de órgãos governamentais, ONGs e outras instituições que atuam na Amazônia Legal. A gestão é realizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com orientações estabelecidas pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA).
Especialistas afirmam que ambos os fundos são complementares e que múltiplas fontes de financiamento são essenciais para garantir a proteção das florestas, incluindo também mecanismos como mercados de carbono, pagamentos por serviços ambientais e concessões florestais.
