Uma publicação no Instagram da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), nesta segunda-feira (6/10), revelou as condições enfrentadas pelos brasileiros presos em Israel após a interceptação da flotilha humanitária Global Sumud. Conforme o relato, os ativistas, entre eles a parlamentar, sofreram condições degradantes, emprego de violência psicológica e carência de atendimento médico adequado na prisão de Ketziot, localizada no deserto de Negev.
Segundo a postagem, alguns dos detidos, entre eles Luizianne, só receberam medicamentos após uma intervenção diplomática do governo brasileiro. O texto destaca ainda que audiências judiciais foram realizadas sem a presença de advogados e que há uma ordem judicial autorizando a deportação imediata dos estrangeiros detidos.
O documento finaliza exigindo a libertação imediata da deputada Luizianne Lins e de todos os brasileiros mantidos ilegalmente presos.
Deputada foi interceptada em flotilha humanitária rumo a Gaza
A parlamentar fazia parte da Flotilha Global Sumud, um grupo internacional com ativistas, parlamentares e civis de 44 países, que viajou em mais de 50 embarcações levando alimentos, água potável e suprimentos médicos à população de Gaza. As embarcações foram interceptadas por forças israelenses em águas internacionais na quarta-feira (1º/10), ao tentarem romper o bloqueio à Faixa de Gaza.
Após a abordagem, a comunicação com os tripulantes foi cortada, e o estado de saúde dos envolvidos permaneceu desconhecido por vários dias. Desde então, o governo do Brasil monitora a situação via visitas consulares e contatos diplomáticos.
Israel nega acusações e afirma que direitos foram respeitados
Em comunicado publicado na rede social X, o Ministério das Relações Exteriores de Israel informou que 171 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, já foram deportados para a Grécia e a Eslováquia. O órgão rejeitou as alegações de maus-tratos, garantindo que todos os direitos legais dos participantes foram e continuarão sendo completamente respeitados.
O ministério descreveu as denúncias como “notícias falsas previamente planejadas” e declarou que o único episódio violento foi quando um provocador vinculado ao Hamas-Sumud mordeu uma funcionária da equipe médica da prisão de Ketziot.
Segundo o Itamaraty, diplomatas brasileiros visitaram os detidos e confirmaram que todos se encontram em boas condições de saúde, com alguns manifestando interesse em aceitar as condições israelenses para agilizar o processo de deportação.