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terça-feira, 02/12/2025

Delegado confirma que médica admitiu erro na prescrição de adrenalina no caso Benício

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Artur Búrigo
Folhapress

O delegado que está investigando a morte de Benício Xavier, de 6 anos, em um hospital privado de Manaus, disse que a médica responsável pelo atendimento admitiu durante o interrogatório que cometeu erro ao receitar adrenalina.

Benício chegou ao hospital com sintomas de tosse e suspeita de laringite, mas segundo os pais, seu quadro piorou depois que recebeu adrenalina pela veia.

“Isso já está totalmente esclarecido. Ela [a médica Juliana Brasil Santos] sabe que errou na prescrição e confirmou isso no interrogatório”, explicou o delegado Marcelo Martins.

A equipe de reportagem tem tentado contato desde domingo (30) com o advogado Felipe Braga, que defende a médica, por mensagens, ligações e emails, mas não teve resposta até a publicação deste texto.

O delegado informou que a médica confessou ter a intenção de prescrever a adrenalina para nebulização, e não pela veia, como realmente foi administrado.

“Mas ela não percebeu que deveria revisar a prescrição, o que impediu a correção do erro que ela mesma cometeu”, disse o delegado.

Em mensagens trocadas entre a médica e outro profissional do hospital durante a piora do estado de Benício, Juliana também reconheceu o erro na prescrição, e o médico confirmou a autenticidade dessas conversas no depoimento.

A médica afirmou que um problema no sistema de computador do hospital teria alterado a forma de administrar o medicamento, mas o delegado informou que será feita uma perícia no sistema e que outros profissionais negam falhas no equipamento.

“O próprio médico precisa revisar a prescrição feita. No caso da doutora Juliana, ela confirmou não ter feito essa revisão”, explicou Martins.

O delegado acredita que as evidências indicam que a médica pode ser acusada de homicídio com dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de causar a morte.

Na semana anterior, ele solicitou à Justiça a prisão da médica com base nessa suspeita, mas o Tribunal de Justiça do Amazonas concedeu habeas corpus preventivo, impedindo a prisão.

O advogado da médica já declarou que ela não deve ser investigada por homicídio doloso e pretende contestar a linha da investigação policial.

Na próxima quinta-feira (4), a polícia realizará uma acareação entre os profissionais que atenderam Benício.

O hospital Santa Júlia informou que afastou a médica e uma técnica de enfermagem envolvidas no atendimento e está conduzindo uma investigação interna para entender o que causou a morte da criança.

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