Indústria de vacinas na África do Sul quer usar fabricação na pandemia como trampolim para o desenvolvimento das exportações de imunizantes no país
O BioVac Institute, empresa de vacinas com apoio do governo sul-africano, planeja usar um acordo de fabricação de doses contra o coronavírus como trampolim para o desenvolvimento de uma indústria de exportação de imunizantes no país.
O contrato com a americana ImmunityBio, que realiza ensaios de vacinas de fase 1 na África do Sul e nos EUA, permitirá ao BioVac, que atualmente apenas envasa e etiqueta as vacinas, fabricar as matérias-primas, disse Morena Makhoana, diretor-presidente da empresa, em entrevista na sexta-feira.
“Temos trabalhado em como garantir que qualquer intervenção que fizermos tenha um impacto mais duradouro”, disse. O BioVac construirá uma fábrica a um custo de até 200 milhões de euros (US$ 238 milhões) para produzir ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs). O instituto vai começar com vacinas contra a Covid-19 e, em seguida, será capaz de fabricar quaisquer imunizantes semelhantes, disse.
A fábrica, que segundo Makhoana poderá produzir cerca de 100 milhões de doses por ano, permitiria ao BioVac se juntar ao Institut Pasteur de Dakar, do Senegal, como uma das duas empresas capazes de produzir vacinas do início ao fim na África Subsaariana.
Atualmente, o BioVac e a Aspen Pharmacare têm capacidade de finalizar as vacinas na África do Sul, uma vez que recebam os IFAs. A Aspen começará a preencher os frascos da vacina contra a Covid-19 para a Johnson & Johnson no segundo trimestre do ano.
“Precisa atender além da África do Sul”, disse, acrescentando que uma versão reduzida poderia custar apenas 50 milhões de euros.