Nelson de Sá
Pequim, China (Folhapress)
A vice-governadora da província de Nusa Tenggara Ocidental, Indah Dhamayanti Putri, informou a jornalistas que o corpo da publicitária brasileira Juliana Marins, 26 anos, será transportado nesta quinta-feira (26) para Denpasar, capital da província de Bali, na Indonésia, onde será realizada a autópsia.
Segundo a agência de notícias Antara, o legista designado inicialmente para fazer a autópsia no hospital Bhayangkara Mataram foi transferido para outro local. Assim, a autópsia será feita em Bali, pois Denpasar é a opção mais próxima, afirmou a vice-governadora. A família de Juliana deseja esclarecer o momento exato da morte da jovem.
O traslado do corpo será feito em ambulância a partir do hospital. Quanto às despesas, a vice-governadora declarou que elas ficarão a cargo do governo local. Ainda não há previsão para a divulgação do laudo autópsico.
O corpo de Juliana foi resgatado na quarta-feira (25). A família informou que o resgate foi concluído às 14h45 no horário local (madrugada no Brasil).
O incidente ocorreu na sexta-feira, quando Juliana caiu durante uma trilha até o cume de um vulcão na ilha de Lombok. Conforme relato da família, ela estava cansada durante o percurso e o guia aconselhou que descansasse, enquanto o grupo seguia a caminhada. Sozinha, Juliana caiu em um local de difícil acesso.
Após críticas da família, as equipes de busca foram reforçadas, e tanto os governos da Indonésia quanto do Brasil se mobilizaram para tentar salvar a turista. O resgate mobilizou uma grande comoção nas redes sociais.
Inicialmente, foi informado que Juliana estava recebendo cobertores e alimentos, e um drone capturou imagens dela. Contudo, poucas horas depois, a situação mudou: a família relatou à Folha que Juliana não tinha qualquer suporte, que havia deixado o local onde fora vista e permanecia desaparecida, criticando também a demora no resgate.
Somente na segunda-feira (23), a jovem foi localizada com o auxílio de um drone térmico, estando presa a um penhasco rochoso e imóvel, segundo a direção do parque onde fica a trilha. O local era de difícil acesso para alpinistas e helicópteros, e as buscas foram suspensas repetidas vezes por causa do mau tempo. Quando o resgate chegou, infelizmente Juliana já estava sem vida.
A família denunciou negligência da equipe de resgate, afirmando que se eles tivessem chegado dentro do prazo esperado, Juliana poderia estar viva. Em publicação no Instagram, no perfil Resgate Juliana Martins, a família disse: “Juliana merecia muito mais! Agora vamos buscar justiça por ela, pois é isso que ela merece. Não desistam de Juliana!“
A Prefeitura de Niterói (RJ) se dispôs a custear o traslado do corpo de Juliana. O prefeito Rodrigo Neves (PDT) declarou que conversou com a irmã da jovem, Mariana Marins, e comprometeu-se a trazer o corpo para a cidade onde ela residia.
Juliana será velada e sepultada em Niterói, em data ainda a ser definida.
Segundo a legislação brasileira, o Itamaraty não cobre os custos do traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior, como é o caso da publicitária. Conforme o artigo 257 do Decreto nº 9.199/2017, o consulado não é responsável por despesas relacionadas a sepultamento ou traslado de corpos, nem por custos hospitalares.
No entanto, essa regra tem exceções para situações médicas específicas e para atendimento emergencial de caráter humanitário.