O confronto entre Israel e Irã alcança seu sétimo dia nesta quinta-feira (19/6) com um novo envolvimento: os Estados Unidos. O presidente Donald Trump intensificou suas ameaças, confirmando a aprovação de planos para um possível ataque ao Irã, aumentando o perigo de uma guerra ampliada na região.
De acordo com o The Wall Street Journal, Trump autorizou pessoalmente estratégias para atingir objetivos no interior do Irã, incluindo a instalação nuclear de Fordo, situada em uma montanha e usada para o enriquecimento de urânio. Apesar disso, o presidente ainda não decidiu se dará início à ofensiva.
Em declaração na Casa Branca na quarta-feira (18/6), Trump evitou confirmar um ataque direto e afirmou: “Ninguém sabe o que vou fazer”. Ele também mencionou uma tentativa do governo iraniano de reatar negociações, mas declarou que “é tarde demais para conversar” e que “a paciência acabou”.
Contexto do conflito
O confronto começou na madrugada de sexta-feira (13), quando as Forças de Defesa de Israel lançaram ataques contra o programa nuclear iraniano e líderes militares de Teerã.
Em resposta, o Irã realizou contra-ataques horas depois, aumentando o risco de uma guerra mais ampla. Mais de 240 pessoas já morreram nos dois países, segundo dados oficiais.
Israel justifica os bombardeios como uma medida para impedir o avanço nuclear iraniano, que representa uma ameaça direta à sua segurança.
O rápido aumento das hostilidades reacendeu o medo de um conflito maior, especialmente com o possível envolvimento direto dos Estados Unidos.
Movimentações e ameaças
Trump destacou que a situação mudou na última semana e que “muitas coisas ruins podem acontecer”. Ele sugeriu que o conflito pode terminar em breve, mas não sabe por quanto tempo continuará.
Além das declarações, os Estados Unidos enviaram mais aeronaves de combate à região e estenderam a permanência de tropas já no Oriente Médio, preparando-se para uma possível intensificação do confronto. Até o momento, a participação dos EUA tem sido defensiva, auxiliando na interceptação de mísseis contra Israel.
Resposta iraniana
Ali Khamenei, líder supremo do Irã, alertou que um ataque americano terá “consequências sérias e irreparáveis”. Em pronunciamento na TV estatal, ele declarou que o país “nunca se renderá” e criticou Israel por iniciar os ataques.
Khamenei rejeitou pedidos de rendição incondicional, afirmando que os iranianos não respondem bem a ameaças e prometendo que os responsáveis pagarão pelo sangue derramado.
Atualizações do conflito
Israel mantém a ofensiva. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não descarta ordenar a morte de Khamenei, afirmando que isso pode pôr fim ao conflito, e não ampliá-lo.
Na quarta-feira (18/6), os confrontos continuaram, com mísseis iranianos atingindo Tel Aviv e resposta imediata de Israel com bombardeios em Teerã e Karaj, atingindo instalações militares e centros nucleares como Natanz.
Sem previsão de trégua, o conflito já causou oficialmente ao menos 248 mortos — 224 no Irã e 24 em Israel. Organizações independentes apontam um número maior, com ao menos 585 mortes só no Irã.
Possíveis consequências e negociações
O Ministério das Relações Exteriores do Irã advertiu que qualquer intervenção americana pode desencadear uma “guerra total” no Oriente Médio, mas mantém disposição para uma solução negociada.
Antes do início dos ataques, os Estados Unidos buscavam retomar negociações com o Irã sobre um possível novo acordo nuclear, suspenso após a saída dos EUA do pacto em 2017 durante o primeiro mandato de Trump.
Desde os ataques da última sexta-feira, porém, não houve sinais claros de retomada das conversas.