No oitavo dia das trocas de ataques militares entre Israel e Irã, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, em reunião de emergência do Conselho de Segurança, alertou que a escalada do confronto pode resultar em uma situação fora de controle. Ele enfatizou a importância de impedir que o conflito se amplie.
Guterres declarou que a guerra pode ‘acender uma chama que ninguém poderá controlar’ e pediu que outros países se abstenham de intervir.
“Faço um apelo veemente para que todos evitem uma internacionalização maior do conflito. Qualquer intervenção militar adicional poderá ter consequências graves não só para os envolvidos, mas para toda a região e para a paz mundial”, ressaltou o líder da ONU.
Contexto do conflito atual
Após várias ameaças, Israel iniciou há uma semana um ataque preventivo contra o Irã, focado no programa nuclear iraniano. O governo israelense explica que o objetivo é evitar que o país desenvolva uma arma nuclear.
Em resposta, o Irã lançou drones e mísseis contra o território israelense. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em pronunciamento no último sábado (14/6), afirmou que a ofensiva continuará, prometendo ataques em várias bases iranianas.
Relatos indicam que parte do programa nuclear do Irã já foi afetada, mas danos maiores dependem da utilização de bombas ou da intervenção direta dos EUA, um pedido feito pelo governo de Israel.
A diplomacia iraniana afirma que a paz com Israel seria retomada facilmente se o presidente dos Estados Unidos ordenasse a cessação dos ataques israelenses.
Donald Trump anunciou que tomará uma decisão sobre o envolvimento direto dos EUA no conflito nas próximas duas semanas, conforme informações divulgadas por sua porta-voz, Karoline Leavitt.
Questão nuclear
António Guterres destacou a ameaça ligada à questão nuclear, reafirmando a importância da não-proliferação para a segurança global. Ele lembrou que o Tratado de Não-Proliferação Nuclear é fundamental para manter a estabilidade internacional.
O secretário-geral pediu que o Irã cumpra o acordo, mesmo após declarações repetidas do país negando a busca por armamentos nucleares.
Consequências humanitárias e apelo à diplomacia
Guterres observou que os confrontos vêm aumentando rapidamente, resultando em um número alarmante de vítimas, incluindo civis mortos e feridos, além de destruição de residências, bairros e infraestrutura em ambos os lados.
Ele ressaltou que é necessário reconhecer que existe uma lacuna de confiança entre as partes e que a única forma de superá-la é através da diplomacia, construindo uma solução confiável, abrangente e verificável. Isso inclui garantir total acesso aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O chefe da ONU conclamou pelo término imediato dos combates, defendendo o início de negociações sérias e urgentes. Ele pediu ao Conselho que atue unido para promover o diálogo e evitar piora na crise.