Os comerciantes brasileiros se mostraram mais otimistas em junho pelo terceiro mês consecutivo, conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) aumentou 1,4% em relação a maio, já ajustado pelas variações sazonais.
O índice alcançou 105,9 pontos, permanecendo na zona de satisfação, acima da marca dos 100 pontos. Entretanto, na comparação anual com junho de 2024, o Icec apresentou queda de 3,7%.
Segundo José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, "os dados indicam uma retomada gradual da confiança dos empresários, especialmente no curto prazo, apesar dos desafios atuais, como crédito restrito e juros altos que dificultam os investimentos. A recuperação ainda é lenta e desigual entre os diversos segmentos do comércio."
De maio para junho, o indicador relacionado às condições atuais subiu 2,7%, com crescimento nos aspectos relacionados à economia (3,9%), à empresa (2,2%) e ao setor (2,4%).
O índice das expectativas cresceu 1,3%, com elevações nos seguintes elementos: economia (1,1%), setor (1,3%) e empresa (1,4%). O componente referente às intenções de investimento registrou alta de 0,7%, com aumentos em estoques (0,4%), investimentos empresariais (0,9%) e contratação de funcionários (0,9%).
Entre os segmentos varejistas, o comércio de bens não duráveis, que compreende supermercados, farmácias e lojas de cosméticos, viu sua confiança aumentar 1,7% de maio para junho. O varejo de bens de consumo duráveis também avançou 1,7%, enquanto o de bens semiduráveis cresceu 0,3% no período.
João Marcelo Costa, economista da CNC, destacou que "o índice agregado não revela as variações internas, mas, por exemplo, o setor de vestuário, calçados e acessórios apresentou aumento de 3% na intenção de contratar novos funcionários em relação a junho de 2024, contrariando a queda verificada em outros segmentos. Já os comerciantes de eletrônicos e móveis lideram a alta mensal nas expectativas do setor, com 2,4%, apesar das perdas acumuladas no ano, principalmente nas condições atuais do comércio, com -8,1%. Isso sugere que alguns segmentos já demonstram sinais de recuperação mais sólida."