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quarta-feira, 18/06/2025




Cientistas de 27 países pedem ação climática a Lula na COP30

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Mais de 250 pesquisadores de 27 nações endossaram uma carta solicitando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que conduza uma transição energética justa, eliminando gradualmente o uso de combustíveis fósseis.

A carta foi entregue nesta quarta-feira (18) ao presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, em Bonn, Alemanha, com o pedido para que o presidente Lula assuma um papel de liderança climática global.

Os cientistas enfatizam a importância de que a eliminação dos combustíveis fósseis seja uma prioridade na conferência climática, que será realizada em novembro, em Belém.

O documento destaca que evidências científicas comprovam que a queima de combustíveis fósseis é o principal motor das mudanças climáticas e seus efeitos impactam gravemente a vida de pessoas em todo o planeta.

“As consequências climáticas ameaçam anular décadas de avanços em desenvolvimento, dificultando a redução de desigualdades, a erradicação da pobreza e o combate à fome. Sabemos que você compartilha desses objetivos”, diz a carta direcionada a Lula.

Entre os signatários estão renomados cientistas brasileiros como Paulo Artaxo, Carlos Nobre, José Marengo e Mercedes Bustamante. Pesquisadores internacionais, incluindo a climatologista alemã Friederike Otto, também compõem a lista. O físico climático Bill Hare representou a entrega do documento na COP30.

Bill Hare ressaltou: “Eliminar os fósseis é a ação climática mais urgente e essencial do mundo. Se o Brasil não avançar nesta pauta, sua presidência da COP30 enfrentará um legado severo.”

Nesta semana, Bonn sediou as Reuniões Climáticas de Junho, encontros diplomáticos preparatórios para as conferências da ONU sobre o clima.

A carta lembra que este ano marca os 10 anos do Acordo de Paris, cujo objetivo é limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

“O mundo ultrapassou 1,5°C de aquecimento em um ano pela primeira vez, enfrentando impactos climáticos severos como ondas de calor, incêndios, enchentes e escassez alimentar, afetando especialmente quem menos contribui para as mudanças climáticas – tudo impulsionado pela dependência contínua de combustíveis fósseis”, alerta o texto.

Um dia antes da entrega da carta, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) autorizou a exploração de petróleo em 19 áreas da bacia da Foz do Amazonas durante um leilão no Rio de Janeiro.

Ambientalistas e comunidades tradicionais criticam a exploração na região por riscos ambientais, como vazamentos que ameaçam fauna e biodiversidade locais.

Bill Hare comentou que o leilão, apelidado de “do fim do mundo”, abre a Amazônia para atividades petrolíferas em um momento crucial das negociações climáticas internacionais.

O presidente Lula defende que o petróleo ainda será necessário para viabilizar a transição energética.

A carta destaca que o Brasil já é referência em energias renováveis, com quase 90% de sua eletricidade proveniente de fontes limpas, além de abrigar uma riqueza natural significativa que pode apoiar mudanças globais para um futuro justo e sustentável.

Com a liderança na COP30 e no Brics, o Brasil tem a chance de estabelecer um exemplo de liderança climática no século 21, incentivando outras nações a seguir esse caminho.




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