A Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) foi o cenário da disputa entre China e Estados Unidos pela influência na América Latina e no Caribe, nesta quarta-feira (25).
Mais de 20 nações do continente americano aderiram à Iniciativa do Cinturão e Rota, projeto chave do presidente chinês, Xi Jinping, visando ampliar a presença econômica e política da China.
Atualmente, a China é o principal parceiro comercial de países como Brasil, Peru e Chile, além de avançar em outras regiões. Porém, os Estados Unidos continuam líderes em comércio regional e têm maior influência em segurança.
O representante chinês, Xie Feng, destacou em fórum de observadores da OEA, realizado antes da abertura da Assembleia-Geral em Antígua e Barbuda, que a China e os países da América Latina fazem parte da mesma família do Sul Global.
Ele declarou que “a confrontação entre blocos é intensa” e que a China e os países latino-americanos devem “estar do lado certo da história”.
Xie garantiu que a cooperação de seu país com a região é desprovida de intenções geopolíticas e de interferência de terceiros.
Por outro lado, os Estados Unidos, membros da OEA, enfatizam preocupações contrárias.
Em Washington, uma representante do Departamento de Estado, sob anonimato, alertou que os Estados Unidos querem impedir que a China use sua condição de observador permanente para prejudicar a meta de democracia e progresso econômico.
Michael Kozak, representante americano no fórum, reforçou a necessidade de que doadores respeitem os princípios da Carta Democrática Interamericana e declarou oposição a qualquer tentativa de desestabilizar a democracia com contribuições financeiras.
Contudo, Xie Feng apresentou dados positivos, mostrando que o comércio entre a China e a América Latina superou 500 bilhões de dólares no último ano, enquanto o investimento chinês ultrapassou 600 bilhões na região.