Abbas Araghchi, ministro das Relações Exteriores do Irã, comunicou neste domingo (22/6) que irá viajar a Moscou para se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na segunda-feira (23/6).
A declaração foi dada após os ataques realizados pelos Estados Unidos contra o Irã na noite do sábado (21/6). O presidente russo havia mostrado antes interesse em ajudar a mediar o conflito entre Israel e Irã.
“A Rússia é parceira do Irã, mantemos uma relação estratégica forte”, disse Araghchi durante uma entrevista coletiva em Istambul, Turquia.
Ataques dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que tropas americanas bombardearam três instalações nucleares iranianas no sábado (21/6). Esse ataque ocorre em meio a uma escalada das tensões entre o Irã e Israel.
O conflito se agravou na madrugada de 13 de junho, quando as Forças de Defesa de Israel atacaram centros do programa nuclear do Irã e líderes militares em Teerã.
O Irã respondeu com ataques em retaliação, aumentando o risco de uma guerra na região.
Nesse sábado (21/6) à noite, aviões dos EUA atacaram três locais nucleares iranianos, incluindo Fordow, uma instalação subterrânea capaz de operar cerca de 3 mil centrífugas para enriquecimento de urânio, conforme estimativas da Agência Internacional de Energia Atômica.
Contexto diplomático
Na quarta-feira (18/6), Putin conversou por telefone com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, para discutir possíveis novos conflitos entre Israel e Irã. Segundo o Kremlin, ambas as partes manifestaram preocupação sobre o aumento das tensões.
A decisão do chanceler iraniano de se reunir com Putin surge após os ataques e ameaças norte-americanas de intervir no Oriente Médio.
“Mantemos diálogo e alinhamento constante. Amanhã, teremos uma reunião importante com o presidente russo e seguiremos cooperando”, explicou Abbas Araghchi.
Resposta do Irã
O ministro também declarou que os EUA desrespeitaram os esforços diplomáticos e ultrapassaram um limite crucial.
“A negociação deve continuar aberta, mas atualmente isso não está acontecendo. Nosso país foi atacado e agredido, e precisamos reagir em legítima defesa”, afirmou o chanceler iraniano.