Muita gente acreditava que durante a apresentação da Porsche no Salão do Automóvel, Marcel Visconde, presidente da Stuttgart, representante da marca alemã no Brasil, anunciaria a chegada oficial da fabricante para assumir as operações no país. Não foi isso que aconteceu e o executivo desmentiu que isso possa acontecer neste momento. “Tudo não passou de especulação”, afirmou. “Eu seria a parte mais interessado em revelar publicamente, caso a notícia fosse verdadeira. Mas a Porsche ainda não vê necessidade de se estabelecer de forma oficial no mercado brasileiro.”
Visconde estima que serão vendidos entre 750 e 800 carros em 2014, uma queda em relação às 1.000 unidades do ano passado. “No ano que vem, porém, a expectativa é alcançar outra vez o patamar de 1.000 carros. Numa previsão mais otimista, quem sabe consigamos vender 1.100 unidades, repetindo o recorde de 2011”, afirma. Na visão do dirigente, isso poderia acontecer mais tranquilamente se a cotação do dólar estacionasse numa faixa entre R$ 2 e R$ 2,20.
Ele anunciou como atração mais importante do Salão a nova geração do Cayenne. Com design atualizado e contando com mais itens de série, o Cayenne S traz motor V6 biturbo. Já a versão top possui um V8 biturbo e teve seu preço anunciado em R$ 879.000. No estande da Porsche você também poderá conferir o 918 Spyder, cuja produção é limitada a 918 unidades. Ele é considerado o “banco genético” para os futuros modelos esportivos da marca, uma vez que muitos elementos desenvolvidos para as pistas foram incorporados nele.
Uma das apostas da Porsche para agradar o consumidor é o Panamera S E-Hybrid, um cupê 4 portas de luxo com opção híbrida plug-in. Para os amantes de competição, a Porsche trouxe o 919 Hybrid, que disputa as famosas 24 Horas de Le Mans e o Campeonato Mundial de Endurance (WEC). O bólido serve de laboratório para as tecnologias que serão empregadas nos modelos da marca.
Claro que no espaço da Porsche não poderia faltar um mito: “Porsche é sinônimo de 911. E temos aqui o novo Targa. Como o Targa original, o modelo atual tem o santantônio no lugar da coluna B, capota que abre automaticamente a um toque de botão e agora vem com mais equipamentos. O 911 também está representado pelo Turbo S Cabriolet, que ganhou um motor 3.8 que gera 560 cv de potência, acelera de 0 a 100 km em 3s2 e atinge 318 cv de velocidade máxima.
O XC 90, grande estrela da Volvo – que brilhou no Salão de Paris no começo do mês – não está em São Paulo, o que causou certa frustração na apresentação para a imprensa. “As primeiras 1927 unidades fabricadas, em alusão ao ano de fundação da Volvo, foram negociadas em poucas horas em um sistema de pré-venda. Desse total, 11 foram para consumidores brasileiros”, afirma Jorge Mussi, diretor de assuntos governamentais da Volvo Cars Brasil, que completou que o carro começa a chegar no mercado brasileiro no primeiro semestre de 2015.
A Volvo mostrou seu estudo de condução autônoma para um “futuro próximo”, segundo Mussi: o Drive Me, desenvolvido em parceria com o governo e universidades suecas. O projeto começou há um ano e meio e, de acordo com Mussi, serão investidos US$ 11 bilhões em um período de cinco anos. “Em 2017, a ideia é equipar 100 unidades do S60 com o Drive Me para rodar na cidade de Gotemburgo”, revela Mussi. “Se tudo der certo, a partir daí o objetivo é colocar em produção nossos carros com essa tecnologia.”
O diretor afirma que os GPS convencionais têm uma margem de erro de 10 a 20 metros. No GPS do Drive Me, a margem de erro é de 10 cm. O S60 dotado com o Drive Me em teste possui radares colocados ao redor do carro, um radar a laser no para-brisa, GPS de alta precisão e outros equipamentos altamente evoluídos.