Dos R$ 500 milhões previstos inicialmente, portanto, restam cerca de R$ 200 milhões
O programa do governo federal que concede créditos tributários as montadoras de carrosjá consumiu 60% dos recursos disponíveis. Pouco menos de duas semanas após o lançamento da política, foram usados R$ 300 milhões com as empresas que aderiram à política, segundo fontes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Dos R$ 500 milhões previstos inicialmente, portanto, restam cerca de R$ 200 milhões.
O ritmo acelerado de desembolso do programa, se for mantido, pode fazer com que o dinheiro disponível acabe ainda nesta semana. De acordo com análise da pasta, os maiores beneficiados com a política, no topo do ranking de vendas, são Fiat, Volksvagem e Peugeot.
O último balanço oficial, divulgado na sexta-feira, contabilizou um desembolso de R$ 170 milhões. O balanço feito até sábado e repassado ao GLOBO, no entanto, foi quase duas vezes maior
Normalmente, os consumidores procuram fazer aquisições de veículos no fim de semana. Nesta segunda-feira, um novo balanço deve ser divulgado.
No início da tarde de segunda, o secretário de Desenvolvimento Industrial do MDIC, Uallace Moreira, deve despachar com o ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin. O assunto será justamente o programa de carros do governo federal.
Ministro da Casa Civil descartou prorrogação
Na quinta-feira, após a reunião ministerial que durou mais de nove horas, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, negou que o governo pretenda prorrogar o programa que dá desconto para carros populares.
Segundo ele, os resultados do projeto mostram apenas que a redução dos juros e a concessão de crédito podem ser um motor para o crescimento da economia.
O ministro falou sobre o assunto após o programa ser elogiado por Luiz Inácio Lula da Silva na reunião com integrantes do primeiro escalão. Durante uma fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente comentou com Alckmin que o programa de incentivo ao carro popular deveria ser prorrogado porque está “sendo um sucesso”.
Segundo Rui Costa, Lula estava fazendo uma “brincadeira”. “Não está no planejamento do governo (prorrogar o programa). Apesar desse absoluto sucesso demonstrar para todo o país que se nós dermos condição de crédito, se baixarmos custos financeiros, vai haver consumo nesse país, a indústria vai voltar a produzir, o varejo vai vender. Com um pequeno estímulo como esse já é um resultado muito expressivo no comércio”.