Diante do aumento das tensões militares no conflito entre Israel e Irã, com o envolvimento dos Estados Unidos, o governo brasileiro declarou sua firme desaprovação aos ataques realizados por Israel e, mais recentemente, pelos Estados Unidos, contra instalações nucleares iranianas, ressaltando que tais ações ferem a soberania do país e as normas internacionais.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou profunda preocupação com o agravamento da situação no Oriente Médio, destacando que qualquer agressão a locais nucleares representa uma violação clara da Carta das Nações Unidas e das regras da Agência Internacional de Energia Atômica.
Segundo o Itamaraty, ataques armados em centros nucleares são uma séria ameaça à vida das populações civis, expondo-as ao perigo de contaminação por radioatividade e desastres ecológicos de grande escala.
A pasta reforçou a tradicional posição brasileira, que apoia exclusivamente o uso pacífico da energia nuclear e repudia energicamente a proliferação de armas nucleares, especialmente em regiões com instabilidade geopolítica, como é o caso do Oriente Médio.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentes bombardeios a três instalações nucleares iranianas, em meio à intensificação do conflito entre Israel e Irã. A escalada teve início em 13 de junho, quando as Forças de Defesa de Israel atacaram instalações nucleares e líderes militares em Teerã. O Irã reagiu com ataques retaliatórios, aumentando consideravelmente o risco de um conflito maior.
Na noite de 21 de junho, os EUA realizaram bombardeios em instalações nucleares, incluindo a estrutura subterrânea de Fordow, que possui capacidade para operar milhares de centrífugas de enriquecimento de urânio, conforme estimativas da Agência Internacional de Energia Atômica.
O governo brasileiro também denunciou ataques mútuos contra zonas com grande concentração populacional, ressaltando que essas ações têm causado vítimas e danos à infraestrutura civil, incluindo hospitais, que são protegidos pelo direito internacional humanitário.
Por fim, o governo reafirmou seu apelo para que todas as partes envolvidas exerçam máxima contenção e ressaltou a necessidade urgente de uma solução diplomática para cessar o ciclo de violência. O Brasil alertou para os graves impactos negativos que essa escalada militar pode causar à paz e à estabilidade regional e mundial, assim como ao regime de não proliferação e desarmamento nuclear.