No domingo 12, presidente afirmou que iria honrar ‘compromisso’ com ex-juiz federal sobre a vaga a ser ocupada após a saída do decano Celso de Mello
O presidente Jair Bolsonaro mudou sua versão sobre a possível indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou, em transmissão ao vivo em suas redes sociais, que “não teve nenhum acordo, nada”.
“Quem me acompanhou ao longo de quatro anos pelos Brasil, eu sempre falava o quê? ‘Precisamos de alguém no Supremo com o perfil de Sérgio Moro’. Isso que foi falado. E, agora, por exemplo, perguntaram para mim: ‘Se tivesse que indicar hoje alguém para o Supremo?’ Eu indicaria o Moro. Não teve nenhum acordo, nada”, afirmou o presidente.
Na sequência, Bolsonaro acrescentou que só conversou com o ex-juiz federal depois da eleição para a Presidência.
No domingo 12, em entrevista à rádio Bandeirantes, o presidente afirmou que pretende honrar o “compromisso” firmado com Moro. “Eu fiz um compromisso com ele [Sergio Moro], porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Eu falei: ‘a primeira vaga que tiver lá [no STF], está à sua disposição’”, disse.
No dia seguinte, Moro afirmou que não estabeleceu “nenhuma condição” para assumir pasta da Justiça e Segurança Pública. “Ele [Bolsonaro] foi eleito, fez o convite, fui até a casa dele no Rio de Janeiro. Nós conversamos e nós, mais uma vez publicamente, eu não estabeleci nenhuma condição. Não vou receber convite para ser ministro e estabelecer condições sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar”, afirmou o ex-juiz da Operação Lava Jato, em palestra, em Curitiba, sobre macrocriminalidade e combate à corrupção.
Bolsonaro está em Dallas, no Texas, nos Estados Unidos. Nesta quinta-feira, 16, recebeu o prêmio “Personalidade do Ano” e foi homenageado pela Câmara de Comércio Brasileira-Americana.