Em busca de mais mobilidade, estudantes da Universidade de Brasília (UnB) propuseram uma troca inusitada: substituir o volante pelo pedal. De bicicleta, 15 pessoas saíram da plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto rumo ao Câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. Trata-se do projeto Bicicleta Livre, uma iniciativa independente, cujo objetivo é diminuir a dependência do brasiliense dos ônibus e dos carros, além de estimular o aproveitamento das ciclovias.
O trajeto dos alunos foi realizado sem interferir no trânsito. O grupo se reuniu, às 7h, na Rodoviária, perto do local onde ficam linhas disponíveis para a UnB. Usavam veículos próprios e emprestados. A distância percorrida foi de 5,7km, sempre pela ciclovia. “Ainda não temos muitas bikes. Então, as pessoas podem usar as delas. A ideia é mesmo melhorar a mobilidade”, explicou um dos organizadores da iniciativa, o estudante de sociologia Raul Aragão.
Antes de subir na bicicleta, uma das participantes questionou: “É seguro?”. Raul respondeu que sim e acrescentou que duas pessoas foram designadas para fazer as vezes de batedores, protegendo e dando os sinais necessários para os ciclistas. A estudante de artes cênicas Gabriela Rabelo, 19 anos, mora “muito longe da UnB”, segundo ela, para fazer o caminho de casa até a universidade. “Não consigo ir de Taguatinga até a Asa Norte pedalando, mas gostaria. O transporte público é péssimo”, criticou.
Cursando arquitetura e urbanismo no Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Roberto Moreira, 23, aderiu ao projeto após encontrar informações nas redes sociais. “É interessante analisar essa ação pelo lado urbanístico e ver que a cidade comporta coisas assim. Achei importante vir dar apoio”, disse. O estudante mora no Park Way e também enxerga dificuldades em realizar todo o trajeto entre a residência dele e a faculdade. “Quem sabe um dia?”
Educação
O Bicicleta Livre retoma uma antiga ideia homônima, iniciada em 2007 por estudantes de educação física da UnB. Naquela época, o projeto era mais simples, visava apenas compartilhar bikes dentro do Câmpus Darcy Ribeiro. O futuro economista Mateus Fonseca, 24, participou daquela empreitada, que durou até 2010. “Era muito difícil, pois tínhamos muito trabalho com a fiscalização. Muitas bicicletas sumiram e outras estragaram”, lembrou.