Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), alertou nesta sexta-feira (20/6) que um ataque à usina nuclear de Bushehr, no Irã, pode resultar em um desastre nuclear.
Na quinta-feira (19/6), a AIEA vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU) informou que edifícios importantes da usina nuclear de Arak, também chamada Khondab, foram danificados por ataques noturnos realizados por Israel.
Grossi explicou que um impacto direto na usina de Bushehr poderia liberar uma grande quantidade de radioatividade no meio ambiente. Contudo, até o momento, os ataques israelenses no Irã não provocaram liberação de radiação que pudesse afetar a população.
Ofensiva israelense contra o Irã
Após várias ameaças, Israel lançou em 13 de junho um ataque preventivo focado no programa nuclear iraniano. O objetivo declarado é impedir que o Irã desenvolva uma arma nuclear.
Em resposta, o Irã enviou drones e mísseis contra território israelense. Em 14 de junho, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva continuará com ataques a todas as bases iranianas.
Relatos indicam que parte do programa nuclear iraniano já foi afetada pelos ataques, mas danos significativos dependeriam do uso de bombas e possível envolvimento direto dos Estados Unidos, solicitado por Israel.
Novos ataques israelenses
Nesta sexta-feira, o exército israelense afirmou que a Força Aérea atingiu dezenas de instalações militares e um centro de pesquisa nuclear no Irã durante a madrugada, incluindo a sede da Organização de Inovação e Pesquisa Defensiva do Irã (SPND), responsável pelo desenvolvimento do programa nuclear.
Mais de 60 caças foram usados, lançando aproximadamente 120 munições para atingir alvos relacionados à produção de mísseis e componentes militares avançados.
O ataque à usina nuclear de Arak foi descrito como uma tentativa de impedir o uso do local para o desenvolvimento de armas nucleares.
Reação do Irã
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que o bombardeio viola a Carta das Nações Unidas.
Ele pediu ao Conselho de Segurança da ONU que responsabilize Israel pelo ataque à usina nuclear, alertando que a inação da comunidade internacional pode comprometer o regime global de não proliferação nuclear, tornando o conselho e Israel responsáveis pelo seu possível colapso.