O objetivo da produtora de iPhones é aumentar sua atuação no setor de anúncios, que está se mostrando muito lucrativo
A Apple (APPL34) planeja aumentar a força de trabalho em seu negócio de publicidade digital, entrando de vez na disputa com as redes sociais como Facebook, Twitter e Snapchat.
Segundo o jornal britânico “Financial Times”, o objetivo da Apple é praticamente dobrar a força de trabalho em seu negócio de publicidade digital, 18 meses depois de introduzir grandes mudanças de privacidade nos iPhones e iPads.
Essas mudanças acabaram prejudicando as redes sociais, garantido ao mesmo tempo um rápido crescimento da Apple em um mercado que vale mais de US$ 400 bilhões.
Atualmente, a Apple tem cerca de 250 pessoas em sua equipe de plataformas de anúncios, e estaria contratando outros 216 funcionários. No final de 2020, quando as mudanças de privacidade foram realizadas, os funcionários eram apenas 56.
Segundo a consultoria Evercore ISI, a Apple faturava poucas centenas de milhões de dólares no final de 2010, e passou para US$ 5 bilhões este ano.
A previsão é que o faturamento da empresa fundada por Steve Jobs no negócio dos anúncios supere os US$ 30 bilhões nos próximos quatro anos.
Em termos de comparação, a receita da Apple ainda é pequena, considerando que Google (GOGL34) e Facebook (META34) têm receitas de publicidade respectivamente de US$ 209 bilhões e US$ 115 bilhões.
A Apple foi duramente criticada, pois estaria obtendo fatias desse mercado bilionário graças a uma mudança das regras afetou o mais de um bilhão de usuários de seus iPhones. Uma decisão considerada como uma vantajem injusta.
Apple (APPL34) e o “capitalismo de vigilância”
A Apple sempre se recusou a utilizar os dados de seus clientes para lucrar com anúncios direcionados, coletados através de serviços gratuitos., no chamado “capitalismo de vigilância”.
“Poderíamos ganhar muito dinheiro se monetizássemos nossos clientes – se nossos clientes fossem nosso produto. Nós optamos por não fazer isso”, chegou a declarar o CEO da Apple, Tim Cook, em 2018.
Todavia, nos últimos dois anos o aumento do faturamento do setor de anúncios dentro dos aplicativos disponibilizados no Apple Store – que foi introduzido pela primeira vez em 2016 – estaria levando a empresa a repensar o negócio.
Em agosto, a Bloomberg tinha noticiado que a empresa estava planejando aumentar consistentemente os anúncios veiculados no iPhone através de vários aplicativos já pré-instalados no sistema operacional móvel da empresa, especialmente em softwares como Maps, Livros ou Podcasts e explorando serviços que são atualmente marginalmente utilizados para aumentar o faturamento, como a Apple TV
O objetivo de aumentar as receitas publicitárias seria uma das prioridades do vice-presidente de publicidade da Apple, Todd Teresi, o que deve levar à abertura de novos canais de exibição de anúncios no iPhone.
A primeira aplicação em causa seria a Maps, que estaria sendo testado preliminarmente com publicidade destinada a acompanhar a procura de atividades comerciais numa determinada área geográfica.
Os mesmos mecanismos já propostos no Apple Store seriam retomados, com os anunciantes pagando para poder se destacar em relação a determinadas palavras-chave de busca.