Uma pesquisa realizada pela Genial Quaest aponta que somente os eleitores de esquerda desaprovam a grande ação policial que resultou na morte de 121 pessoas no Rio de Janeiro, na terça-feira, 28 de outubro de 2025. Entre os eleitores de esquerda que apoiam Lula, 59% rejeitaram a operação, e esse número sobe para 70% entre os eleitores de esquerda que não apoiam Lula.
Por outro lado, a maioria dos outros eleitores aprova a ação. Entre os que se identificam como independentes, 61% aprovam; entre os de direita que não apoiam Bolsonaro, a aprovação é de 92%; e entre os bolsonaristas, a aprovação atinge 93%.
No total, a operação, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, teve aprovação de 64% dos 1,5 mil participantes da pesquisa em todo o estado. A aprovação foi maior entre homens, alcançando 79%, e prevaleceu em todas as idades, níveis de renda e escolaridade.
Como consequência, a popularidade do governador Cláudio Castro aumentou em dez pontos porcentuais depois da operação. Em pesquisa feita em agosto de 2025, sua gestão era aprovada por 43% dos entrevistados; no levantamento de final de outubro, essa aprovação subiu para 53%.
O único grupo onde a desaprovação ao governador ainda é maior que a aprovação são as pessoas com ensino superior, porém a aprovação também cresceu, de 40% para 43%, enquanto a desaprovação subiu de 52% para 56%.
A maior elevação na aprovação foi entre eleitores que votaram em Jair Bolsonaro em 2022, subindo de 49% para 82%. Entre os eleitores de Lula, a desaprovação aumentou de 44% para 69%.
A maioria dos entrevistados (53%) acredita que o governo federal não ajudou os estados no combate ao crime organizado. Essa percepção é ainda maior entre os homens, chegando a 60%. Apenas 14% acham que o governo federal ajudou muito e 24% que ajudou pouco.
Entre a direita, essa desconfiança é ainda maior: 80% dos eleitores que não apoiam Bolsonaro e 65% dos bolsonaristas pensam que o governo federal não ajudou.
Em contrapartida, a avaliação positiva do governo do Cláudio Castro cresceu de 22% para 39%, enquanto a avaliação negativa caiu de 45% para 34% entre as duas pesquisas feitas.
Mais da metade dos entrevistados (54%) interpretam a operação policial como uma tentativa de combater o crime organizado. Porém, 40% acreditam que a ação foi para aumentar a popularidade do governador, sentimento esse mais forte entre a esquerda: 72% dos lulistas e 82% dos não lulistas compartilham essa opinião.
A pesquisa também avaliou a popularidade do governo Lula após a operação. A aprovação caiu de 37% para 34%, e a desaprovação subiu de 62% para 64%. Entre os evangélicos, a desaprovação alcança 81%.
A atuação do governo Lula na segurança pública foi considerada negativa por 60% dos entrevistados. A mesma porcentagem acredita que o presidente foi sincero ao dizer que os traficantes são vítimas dos usuários, mas 84% discordam dessa afirmação. Entre eleitores da direita, 99% dos não bolsonaristas e 100% dos bolsonaristas discordam.
A pesquisa da Genial, conduzida pela Quaest, ouviu eleitores de diversos grupos: 10% lulistas, 13% não lulistas, 38% independentes, 21% de direita não bolsonarista, 14% bolsonaristas, e 4% que não responderam. A maioria tinha até o ensino médio (43%) e renda entre dois e cinco salários mínimos (42%).
A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, com confiabilidade de 95%.
Fonte: Estadão Conteúdo