A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (1º/7), o início dos testes clínicos da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan para combater a gripe aviária.
Este é o primeiro imunizante brasileiro direcionado à gripe aviária A (H5N8), que utiliza a mesma tecnologia empregada na vacina contra a influenza comum.
Os testes pré-clínicos realizados em animais foram conduzidos com cepas vacinais fornecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Durante o estudo clínico, os pesquisadores vão analisar a segurança da vacina e a capacidade de estimular a produção de anticorpos em humanos.
Serão avaliados 700 voluntários adultos e idosos em cinco centros de pesquisa brasileiros localizados em Recife, São Paulo, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Belo Horizonte. Os participantes receberão duas doses da vacina, com intervalo de 21 dias entre elas.
O objetivo do Instituto Butantan é preparar o país para possíveis futuras pandemias, mantendo estoques de vacinas contra três cepas da influenza aviária: H5N1, H5N8 e H7N9.
Com o aumento recente dos casos de gripe aviária em animais de propriedades rurais ao redor do mundo, cresce a preocupação sobre a possibilidade do vírus se tornar transmissível entre pessoas. Até o momento, os casos humanos ocorreram apenas a partir do contato direto com aves infectadas, não havendo transmissão entre humanos.
Como funciona a vacina contra a gripe aviária?
A vacina contém fragmentos inativados do vírus H5N8 e um adjuvante, que é um componente que potencializa a resposta imunológica, tornando a proteção mais eficaz e rápida.
O Butantan aguardava há aproximadamente dez meses a autorização para iniciar os testes. Os dados referentes à vacina monovalente contra o vírus influenza tipo A (H5N8) foram entregues à Anvisa inicialmente em agosto de 2024, com documentos complementares fornecidos em outubro e novembro do mesmo ano.
Desde então, a agência fez algumas solicitações técnicas em 25 de novembro, 31 de janeiro, 26 de maio e 12 de junho, conforme procedimento padrão para garantir a segurança e qualidade do imunizante antes de sua aprovação final.