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terça-feira, 17/06/2025




Andar de bicicleta ajuda a memória e diminui risco de demência

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Andar de bicicleta traz benefícios que vão além do físico. Pesquisa recente publicada na JAMA Network em 9 de junho revela que pedalar regularmente, especialmente durante os trajetos urbanos, está associado a uma menor chance de desenvolver demência. Além disso, essa prática pode preservar e até aumentar áreas do cérebro ligadas à memória.

Estudiosos da Universidade de Huazhong, na China, e da Universidade de Sydney, na Austrália, avaliaram dados de saúde de 479 mil pessoas do Reino Unido, com idade média de 56 anos, durante mais de 13 anos. O objetivo foi investigar a relação entre os modos de transporte usados e a ocorrência da demência.

Os participantes se deslocavam de forma ativa (caminhando ou pedalando) ou passiva (utilizando transporte motorizado). Os melhores resultados cerebrais foram observados entre os que andavam de bicicleta frequentemente.

“Os dados indicam que viajar ativamente está ligado a menos casos de demência e a um cérebro mais saudável. Atividades como caminhar e pedalar são formas acessíveis de exercício físico”, afirmam os pesquisadores no artigo.

Menor risco de demência para ciclistas

O estudo dividiu os participantes em quatro grupos: sem transporte ativo, caminhada, caminhada combinada com outros meios e ciclismo. As viagens profissionais foram excluídas. O grupo dos ciclistas obteve os melhores resultados.

Quem pedala tem 19% menos chance de desenvolver qualquer tipo de demência, 22% menos risco de Alzheimer e 40% menos risco de demência precoce. Além disso, apresentam 17% menos chance de demência de início tardio, comparado aos que usam transporte motorizado.

Sobre o Alzheimer

Alzheimer é uma doença progressiva que compromete o funcionamento cerebral, afetando memória e outras funções cognitivas. Sua causa exata é desconhecida, mas a genética pode ter influência. É a forma de demência mais comum entre idosos e representa mais da metade dos casos registrados no Brasil.

Os primeiros sintomas incluem perda recente de memória. Com o tempo, surgem maiores dificuldades para recordar eventos antigos, confusão quanto a horários e locais, alterações de humor, irritabilidade e mudanças na fala e comunicação.

Aumento do volume do hipocampo em ciclistas

A análise também revelou que os ciclistas habituais apresentaram volume maior do hipocampo, região cerebral essencial para a memória. Esse crescimento pode ser resultado da atividade física, da necessidade de orientação no trânsito e da exposição ao ambiente externo.

Os autores destacam que pedalar regularmente proporciona múltiplos benefícios: estimula o corpo, requer atenção e favorece a navegação espacial. Esses fatores ajudam na preservação das funções cerebrais.

Os pesquisadores ajustaram os dados considerando idade e escolaridade. Contudo, alertam que o estudo mostra apenas correlação, não causa direta, já que outros aspectos como dieta, não analisados, podem afetar os resultados.




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